Neste trabalho, pretende-se investigar a fragilidade óssea cortical no fémur com a idade (à morte) e a sua associação ao sexo e à densidade mineral óssea. Os parâmetros radiogramétricos do fémur e a densidade mineral óssea no fémur proximal foram avaliados numa amostra de indivíduos adultos (N=98) da Coleção de Esqueletos Identificados da Universidade de Coimbra (Portugal). A largura total da diáfise (LTD), o índice cortical do fémur (FEMCI) e a densidade mineral óssea (DMO) são significativamente maiores nos homens, enquanto a largura medular (LM) não é estatisticamente diferente entre os sexos. Os parâmetros corticais da diáfise do fémur encontram-se associados à idade apenas nas mulheres; por seu lado, a DMO declina com a idade em ambos os sexos. A avaliação do osso cortical do fémur revela trajetórias sexuais específicas de perda óssea endosteal e aposição periosteal, que têm origem em diferenças sexuais no grau e padrão de perda de osso, bem como no tamanho ósseo. Nas mulheres, a perda endocortical de osso aumenta com a idade, particularmente nos anos peri- e pós-menopáusicos, desacelerando mais tarde. De forma concomitante, a acreção de osso na superfície subperiosteal persiste durante a vida adulta – equilibrando parcialmente a fragilidade óssea nas mulheres. A resistência óssea a meio da diáfise do fémur parece ser preservada durante grande parte da vida em ambos os sexos.