A fibrilação atrial (FA) é o tipo mais comum de arritmia cardíaca e está associada a um maior risco de demência. Acredita-se que o uso de fármacos anticoagulantes orais seja um fator protetivo para o desenvolvimento de demência. Assim, essa revisão narrativa teve o objetivo de apresentar e discutir a evidência atual sobre o impacto do uso de anticoagulantes e o comprometimento cognitivo em pessoas com fibrilação atrial. A seleção foi feita usando os MeSH terms: atrial fibrillation; dementia; treatment; anticoagulants. Foram incluídos ensaios clínicos randomizados ou coortes prospectivos publicados entre 2015 e 2021, desenvolvidos em seres humanos. Foram identificados 155 artigos, sendo que 10 cumpriam os critérios de inclusão. A maioria dos estudos analisados observaram uma diminuição no risco de demência com o uso dos NOACs (novos anticoagulantes orais) em relação ao uso da varfarina. O estudo de Kim et al (2021) aponta a rivaroxabana como droga mais eficiente para diminuição do risco de demência, dentre os NOACs. Contudo, Søgaard et al (2019) apresentaram um risco maior de demência associado ao uso dos NOACs, quando comparado a varfarina. Conclui-se, que os NOACs e a varfarina, diminuem o risco de quadro demencial em pessoas com FA. No entanto, ainda não é possível afirmar o melhor tratamento oferecido atualmente.