Entre 2010 e 2017, o mercado de IPOs brasileiro registrou 39 ofertas, que movimentaram um total de 26,2 bilhões de reais. Mesmo com montante expressivo de valores envolvidos, grande parte dos estudos sobre desempenho econômico-financeiro de empresas que realizaram oferta pública inicial de ações apontam para redução nos indicadores de desempenho do período pós-IPO. Por outro lado, a abertura de capital pode levar a melhoras na alavancagem, além de crescimento das receitas líquidas. Esta pesquisa tem como objetivo avaliar o comportamento dos indicadores de desempenho econômico-financeiro antes e depois da IPO de empresas da B3, no período de 2010 a 2017. A amostra abrange 27 processos, compreendendo dois anos anteriores e dois anos posteriores à IPO. A metodologia abrangeu teste de Wilcoxon e dados em painel. Os resultados obtidos no painel apontaram que o aumento no capital social é acompanhado por aumentos na receita líquida e no indicador da margem líquida, além de reduções nos indicadores de giro do ativo e de endividamento de curto prazo. Os resultados obtidos com o teste de Wilcoxon e a comparação entre as medianas demonstraram tendências de desaceleração nos indicadores de margem líquida e ROA, bem como de piora nos indicadores de endividamento de curto e longo prazo.