Em primeiro lugar, agradeço à minha mãe, Fátima Lúcia Praxedes Barboza, que me apoiou nesse percurso e me ouviu com ternura. Como foi bom perceber nossa relação se tornando mais compreensiva e amorosa. Nossas conversas me ajudaram a não esquecer do valor da sua (nossa) luta. Ela é uma das bravas mulheres de uma extensa família sertaneja que enfrentaram o desafio de tentar a vida em São Paulo e que se saíram vitoriosas em meio à dura travessia.Danilo Praxedes Barboza, meu irmão, é viga sólida e modelo ético. Agradeço-lhe pela parceria e escuta atenta e paciente em dias difíceis. Sou grato, também, por segurar a barra financeira de nossa família, me liberandocom discrição e zelode preocupações que certamente teriam alterado meus planos nesse período.Agradeço meus avós norte-rio-grandenses Francisca (in memoriam) e José Praxedes (in memoriam) e aos meus avós pernambucanos Maria (in memoriam) e Cornélio Ferreira Barboza (in memoriam). Nas redondezas de Tenente Ananias/RN e Salgueiro/PE, no alto sertão nordestino, meus ancestrais viveram suas vidas e construíram suas histórias. Filho de uma mulher potiguar lançada na aventura de São Paulo nos anos 1990, ao Nordeste regressei para a preparação desta tese. À esta região e sua gente me sinto umbilicalmente ligado.Agradeço meus tios Antônio, José Nilton e Paulo Barboza pela acolhida em Salgueiro.Agradeço meus primos Maria Liinha, Cicinha Janete e João Filho. Admiro a simplicidade, a vontade de vencer e a união de vocês. Seu pais Nenê e João são exemplo de trabalho, retidão e dignidade. Agradeço à Socorro Barbosa, que generosamente colocou sua casa no Recife à minha disposição. Estendo meus agradecimentos à sua família: Anísio, homem generoso e de elevado caráter, dona Marina, Paulo e Pedro Barbosa.No período que passei no Recife, Zefinha foi avó, mãe e amiga. Jamais poderei retribuir o bem que ela me fez. Zefinha me socorreu quando a chicungunya (minha iniciação no Recife) fez um tremendo estrago em mim. Seu esposo, Edinaldo, foi uma companhia agradável com seu bom humor. Com seus 95 anos de idade, dona Nena me narrou suas aventuras de moça bonita em um Recife tão vívido em sua memória e já tão transformado. Nesses mesmos corredores, conheci outras mulheres lutadoras que batalham como cuidadoras de idosos e que me deram o privilégio de conhecer um pouco de suas estórias.Nos corredores do edifício da Madalena convivi, também, com Lili, dona Marizete, Mirtes e seu filho Tiago. Eu e o menino Tiago nos tornamos amigos e parceiros de futebol. Ele dizia: "Eu não sabia que existia trabalho só de ler. É mais legal que os outros trabalhos. Você só fica lê, lê, lê [...] os outros é trabalhar, trabalhar, trabalhar [...] cansa só os olhos. No trabalho cansa tudo, a mão, a perna". Curioso, ele perguntava: "Qual foi seu melhor dia do mundo?", "Qual foi seu pior dia do mundo?", "O que você vai ser quando crescer?", etc. Impaciente, interrogava: "Você pode jogar bola?". "Ahh, você nunca pode jogar bola!". Satisfeito com sua façanha: "Mãe, ganhei de Darlan". E Lili, sua avó: "Não atrapalh...