INTRODUÇÃOCisto hemático da órbita é uma condição incomum causada pelo acúmu-lo localizado de sangue ou subprodutos de sua degradação, que geralmente é causada por traumatismos na região orbital (1)(2) . Mais raramente o cisto hemático pode ser decorrente de hemorragia espontânea ou relacionada a doenças sistêmicas como leucemia, trombocitopenia, hemofilia ou estar relacionado a afecções pré-existentes da órbita tais como: linfangiomas, hemangiomas, varizes orbitárias ou malformações arteriovenosas (1)(2)(3) . Na maioria dos casos o sangue se acumula no espaço subperiostal mas o cisto hemático pode também ser intraconal (2) . Cisto hemático intraconal de órbita em um paciente adulto, sem doenças sistêmicas e sem antecedentes de afecções orbitárias ou trauma é um evento bastante raro e pode simular várias afecções da órbita, levando a confusão diagnóstica. O objetivo deste trabalho é o de documentar o caso de um paciente com esta condição e discutir os principais sinais clínicos e achados de imagem que permitem o diagnóstico diferencial com outras afecções orbitárias.
RELATOS DE CASOSCisto hemático intraconal espontâneo de órbita: Relato de Caso
Spontaneous intraconal hematic cyst of the orbit: Case reportObjetivo: Descrever a apresentação clínica e os achados diagnósticos aos exames de imagem de um caso incomum de cisto hemático intraconal espontâneo da órbita. Métodos: O paciente foi submetido a exame clínico e oftalmológico completos, tomografia computadorizada, ultra-sonografia orbitária, imagem por ressonância magnética e abordagem cirúrgica da lesão. Resultados: Observou-se proptose intensa com sinais congestivos e baixa visual. A tomografia computadorizada mostrou massa homogênea de limites bem definidos na órbita, comprimindo o globo ocular anteriormente. A ultra-sonografia mostrou lesão com baixa refletividade no seu interior. A imagem por ressonância magnética revelou lesão arredondada que nos cortes enfatizando T1 apresentava sinal isointenso em seu interior associado a halo de hipersinal periférico e possuía hipersinal nos cortes enfatizando T2, achados estes indicativos de lesão com sangue no seu interior. A abordagem cirúrgica confirmou a presença de cisto hemático da órbita que foi drenado com excelente recuperação funcional. Conclusões: Cisto hemático intraconal deve ser incluído no diagnóstico diferencial das lesões bem delimitadas e de evolução aguda ou subaguda da órbita que apresentem hipersinal em T1 e em T2 à imagem por ressonância magné-tica. O tratamento deve ser feito em caráter de urgência, nos casos em que há proptose intensa ou risco de comprometimento visual.