2020
DOI: 10.47456/simbitica.v7i3.33691
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Os coletivos em cena: algumas contribuições para o debate

Abstract: Em meio ao recente ciclo de protestos pelo qual passou o Brasil entre os anos de 2013 e 2016, uma nova atenção teórico-analítica foi conferida às experiências organizacionais, que se autodenominam coletivos. Visando contribuir com esse debate, neste artigo, parte de uma pesquisa em andamento, nos guiaremos a partir de dois objetivos: (i) sistematização dos elementos centrais da recente literatura sobre coletivos que poderiam auxiliar um exame mais detido sobre essas experiências organizacionais; (ii) análise d… Show more

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“…De uma forma mais geral, os coletivos têm sido comumente percebidos pela literatura como novas formas de mobilização, organização e de ação contemporânea pautadas nas ideias de coletividade, no trabalho colaborativo, no compartilhamento horizontalizado de informação de poder (decisão política no interior do grupo) e na criação de espaços e formas especiais de relações sociais entre os sujeitos (sem hierarquias, sem lideranças etc.) (Marques;Marx, 2020).…”
Section: Educação E Sustentabilidade Em Espaços Não Formais De Educaçãounclassified
“…De uma forma mais geral, os coletivos têm sido comumente percebidos pela literatura como novas formas de mobilização, organização e de ação contemporânea pautadas nas ideias de coletividade, no trabalho colaborativo, no compartilhamento horizontalizado de informação de poder (decisão política no interior do grupo) e na criação de espaços e formas especiais de relações sociais entre os sujeitos (sem hierarquias, sem lideranças etc.) (Marques;Marx, 2020).…”
Section: Educação E Sustentabilidade Em Espaços Não Formais De Educaçãounclassified
“…Em especial após junho de 2013, ao lado dos atores coletivos da direita, que se tornaram visíveis, surpreendendo grande parte da academia, emergiram também atores vinculados às esquerdas, que passaram a usar a autodenominação de coletivos, distanciando-se da identidade de "movimentos", embora tenham sido denominados por parte da literatura como "novíssimos movimentos sociais" (Gohn, 2017) 3 . Diante desse fenômeno, do ponto de vista conceitual, está em curso uma reflexão acadêmica que debate se essa formação societária exige a construção de uma categoria analítica própria (Marques & Marx, 2020;Perez & Silva Filho, 2018) ou se ela pode ser relacionada a outras formas associativas ou, ainda, ao próprio conceito de movimentos sociais.…”
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“…Em paralelo a essa discussão conceitual, estudos têm apontado características desses atores. Por ora, a literatura mostra que, apesar de seu discurso de busca por "autonomia", os coletivos não rejeitam na totalidade as interações com instituições políticas/Estado (Facchini, Carmo & Lima, 2020;Marques & Marx, 2020), conclusão contraintuitiva quando relacionada a um contexto de desconfiança no (e crise do) sistema de representação democrática. A principal "novidade" dos coletivos consistiria em suas formas de organização e em suas identidades.…”
unclassified
“…Deste modo, mesmo que ainda não seja possível determinar uma definição que abarque a pluralidade de organizações que se autodenominam coletivos, os discursos dos coletivos apontam para uma crítica às instituições parlamentares, ao modo de articulação dos partidos políticos e movimentos sociais, por serem consideradas organizações com estruturas hierárquicas, assim, ao afirmarem-se autônomos e com estruturas organizacionais horizontais, os coletivos se contrapõem à estas organizações, ao menos no plano discursivo (PEREZ, 2019;MARQUES e MARX, 2020). "O que essa 'ideologia coletiva' destaca, portanto, é que essas novas coletividades buscam outra lógica de organização e de socialização entre os sujeitos" (MARQUES, MARX, 2020: p. 20) Esta nova forma de organização social denominada "coletivo" ainda é um desafio em processo de estudo e análise, que têm demonstrado uma pluralidade em suas configurações e repertórios de atuação, por isso a formulação do conceito ainda está em disputa (PEREZ, SOUZA, 2017;PEREZ, 2019;MARQUES, MARX, 2020;FARIA, 2020;THIBES et al, 2020;VALIENGO, OLIVEIRA, 2020;COIMBRA, MORAIS, 2020;MONACO, 2020;MARTINS, 2020). Contudo, antes de aprofundar este debate, por se tratarem de fenômenos políticos-sociais, estão diretamente relacionados à conjuntura do período.…”
Section: Movimentos Sociais E Coletivos: Trajetória Teórico-analítica...unclassified
“…Fonte: elaborado pela autora (2023). Deste modo, a centralidade do entendimento sobre o Bem Viver converge tanto com a atuação do MBV, ao focar nas questões ambientais e demonstrar preocupação com ações que considerem o contexto das comunidades, quanto com os estudos sobre os coletivos que indicam a predominância de pautas em torno das clivagens sociais e experimentação de novas formas de sociabilidade, ou seja, com centralidade no debate decolonial (PEREZ, SOUZA,2017;MARQUES, MARX, 2020;FARIA, 2020;THIBES et al, 2020;VALIENGO, OLIVEIRA, 2020;COIMBRA, MORAIS, 2020;MONACO, 2020;MARTINS, 2020).…”
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