A humanidade vivencia uma crise ambiental resultante do modo como a natureza foi e vem sendo utilizada em prol do crescimento econômico. A preocupação com a má utilização dos recursos naturais e com o modo como o desenvolvimento era encarado ganhou força apenas após a Segunda Guerra Mundial. A partir desse período, uma série de convenções, informes e declarações buscaram traçar novos rumos ao desenvolvimento, o que ocorreu, principalmente, por meio do desenvolvimento sustentável. No entanto, modelos hegemônicos não contribuem para que as mais diversas sociedades possam promover suas alternativas ao desenvolvimento, como é o caso dos povos indígenas do Brasil. Esses povos vêm buscando sua autonomia na gestão de suas terras e de seus futuros. Dentre algumas comunidades indígenas evidencia-se a prática do turismo, que até o ano de 2015 não tinha regulamentação pelo governo federal. Desse modo, o presente ensaio teórico buscou discorrer sobre os entraves às comunidades no processo de regulamentação da atividade turística. Por meio de uma pesquisa bibliográfica e documental (legislação), compreendeu-se que o processo de regulamentação do turismo em Terras Indígenas (TIs) perdurou por décadas e mesmo sendo alcançada, é um processo burocrático, espelhado em modelos hegemônicos-capitalistas-ocidentais e que não possibilitam a prática autônoma dos povos indígenas.