“…São Paulo (SP), Brasil: FACHS/NEPE/PEPGG/PUC-SP Apesar de a área da medicina ter evoluído com o objetivo de fazer ou promover o bem, isto tem sido entendido como o dever de curar a doença e preservar a vida (Ligiera, 2005;Filho, 2008;Pinho-Reis, & Coelho, 2014a;Pinho-Reis, & Coelho, 2014b; Pinho- Reis, Sarmento, & Capelas, 2018), pelo que a arte de cuidar foi-se perdendo, à medida que se instaurou uma ciência do cuidar (Reis, 2011;Neves, 2014;Reis, 2015). Assim, se todas as doenças ocorrem em meio natural e se todas as doenças têm cura, então, a alternativa preferida já não é deixar que a natureza siga seu curso mas, sim, lutar contra as doenças (Pessini, 2001 (Araújo, & Martins, 2010;Neto, 2010;Pinho-Reis, & Coelho, 2014a;Pinho-Reis, & Coelho, 2014b;Reis, 2015;de Andrade, Almeida, & Pinho-Reis, 2017;Pinho-Reis, 2018;Pinho-Reis, Sarmento, & Capelas, 2018) O aumento da longevidade levou as pessoas a debaterem-se com as consequências desse maior período de vida, tais como o aumento das doenças crônicas e progressivas e a falência de funções orgânicas que originaram um aumento do número de pessoas doentes fora das possibilidades terapêuticas de cura e, consequentemente, à dependência durante periodos de tempo mais longos até à morte (Neto, 2010;Capelas, & Coelho 2013). Todos os avanços na área da medicina geraram no ser humano a ideia de imortalidade, colocando nos profissionais de saúde uma responsabilidade, sabedoria, omnipotência e omnisapiência, que estes não possuem (Sancho, 2006).…”