No final de 2019, em Wuhan, China, surgiram os primeiros casos da COVID-19, que posteriormente ganhou proporção mundial. Estudos começaram a sugerir que esta poderia estar dificultando o diagnóstico e tratamento adequado da Tuberculose Pulmonar (TB), uma doença milenar que afeta significativamente a saúde pública. O objetivo deste trabalho é avaliar a dinâmica epidemiológica da TB, no período de 2017 a 2023, condizente aos anos anteriores e subsequentes à pandemia da COVID-19, com foco na região Nordeste do país, buscando avaliar possíveis alterações diante à epidemiologia desta enfermidade. Trata-se de um estudo ecológico, retrospectivo e descritivo, utilizando dados do DATASUS, conforme as variáveis: taxa de mortalidade e número de internações por TB. Durante o período de 2017 a 2023, o Nordeste manteve-se como a segunda região com maior taxa de mortalidade por Tuberculose Pulmonar. Observou-se um padrão crescente da taxa até 2019, em razão dos estados com baixo nível socioeconômico, seguido de uma queda em 2020, atribuída à subnotificação de casos de TB devido a pandemia da COVID-19. Nos anos seguintes, a taxa de mortalidade aumentou, refletindo desafios no controle da COVID-19 e infraestrutura de saúde limitada na região. Em 2023, registrou-se nova queda, atribuída a medidas de saúde pública e melhorias nos cuidados de saúde. Além disso, houve uma queda significativa nas hospitalizações por tuberculose durante a fase aguda da COVID-19, possivelmente devido à priorização de recursos para o combate ao novo vírus. O distanciamento social pode ter contribuído para a redução da transmissão da Tuberculose, porém também gerou atrasos na busca por tratamento, aumentando os desafios no controle da TB. Esses desdobramentos evidenciam a urgência de abordagens integradas para mitigar os impactos da pandemia nas doenças infecciosas.