A malária é um problema de saúde pública que atinge principalmente zonas tropicais e subtropicais do planeta. No Brasil, os estados de maior incidência da doença se localizam na região amazônica. A transmissão natural ocorre através da fêmea do mosquito do gênero Anopheles, vetor da doença, que inocula os parasitos por meio de suas glândulas salivares durante a picada. Atividades extrativistas, como: a derrubada de floresta e extração mineral, têm uma relação direta com a incidência da malária na Amazônia, tornando-a um lugar propício para criadouros do mosquito vetor, provocando um aumento significativo no número de casos, assim como criando habitats. A atividade de extração do ouro, produto de garimpagem na região do Tapajós, tem influência na geração de empregos, produzindo riqueza e renda em todos os municípios que compõem a região do Tapajós. Entretanto, dentre os impactos ambientais que a atividade proporciona, o abandono das cavas inundadas em áreas desmatadas e degradadas, acaba por oferecer, ao mosquito Anopheles, condições ideais para o seu desenvolvimento. Neste sentido, este trabalho tem por objetivo compreender a relação entre a distribuição da transmissão da malária no município de Itaituba e a atividade de garimpeira, por meio do levantamento do número de casos de malária entre os anos de 2017 e 2021, através de levantamento de dados obtidos do Sistema de Informações de Vigilância Epidemiológico – SIVEP e de licenças expedidas pela Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Mineração do município de Itaituba. O maior número de casos foi detectado no ano de 2021 com 4.338 casos e, o menor, em 2017, com 2.127 casos. Em relação às licenças ambientais, no período de 2017 a 2021, foram expedidas 822 Licenças de Operação pela Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Mineração – SEMMAM/Itaituba, sendo 53 licenças em 2017, 94 em 2018, 177 em 2019, 256 em 2020 e 242 em 2021. O levantamento indica que, no município de Itaituba, durante o período estudado, o aumento das atividades garimpeiras foi seguido de incremento do número de casos da doença.