Os textos no ensino de português língua estrangeira: teorias e práticas

Abstract

O presente artigo propõe uma reflexão acerca das concepções de texto que circulam no ensino de português como língua estrangeira (PLE) e, secundariamente, sobre o lugar dos textos nos materiais didáticos e suas possíveis formas de abordagem. A reflexão parte de uma pesquisa realizada na Universidad Nacional de Rosario, Argentina, e retoma alguns dados significativos que resultam da análise de livros didáticos de PLE. Partindo de uma distinção clássica entre diferentes definições de texto, o artigo mostra qual a concepção que predomina nos livros e o lugar que é dado aos textos nesses materiais. Isto é ilustrado a partir de exemplos retirados de livros em uso. A análise realizada permite demonstrar a necessidade de avançar na elaboração de materiais didáticos apoiados em uma concepção de texto mais próxima do estado atual das teorias do texto.

Elaboração de enunciados de atividades para sequência didática em curso de extensão sobre a didatização: um estudo de caso em Linguística Aplicada

“…Esses resultados apontam que, no contexto de formação continuada, é possível que as professoras realizem algumas reconfigurações. No entanto, mostram também que, além dos desafios apontados por Miranda (2015), é necessário repensarmos as práticas adotadas nesse contexto. Embora não tenha sido um objetivo específico do curso, cujo foco eram as práticas relacionadas ao processo de didatização dos gêneros textuais, a discussão de conceitos teóricos à luz do ISD, principal teoria que subsidia as ações do curso, poderia ter minimizado a dificuldade das cursistas em reconhecer e diferenciar gênero e suporte, por exemplo.…”

“…O objetivo deste artigo é apresentar um dos resultados do projeto de pesquisa "Gêneros textuais como objeto de ensino: perspectivas teóricas e instrumentos didáticos" 1 (REINALDO et al, 2016), desenvolvido no campo de estudos da Linguística Aplicada (LA), na Universidade Federal de Campina Grande (UFCG), por pesquisadoras da Unidade Acadêmica de Educação (UEAD) e Unidade Acadêmica de Letras (UAL). Reinaldo et al (2016), seguindo Miranda (2015), salienta que, apesar de a discussão sobre os gêneros textuais ter se popularizado no ensino de Língua Portuguesa (LP) desde a década de 1990, principalmente após a publicação dos Parâmetros Curriculares Nacionais (BRASIL, 1998), ainda há desafios a serem enfrentados no ensino e na pesquisa sobre o ensino de LP a partir de gêneros textuais. Alguns desses desafios são: 1. diferentes perspectivas de descrição sustentam o trabalho com o ensino de gênero textual; 2. a presença saliente dos gêneros textuais no ensino de LP não tem sido garantia de trabalhos fundamentados em pressupostos claros; 3. a ênfase no ensino de gêneros textuais gerou uma fuga do ensino da gramática, causando desequilíbrio entre o estudo da diversidade textual e o estudo do componente linguístico dos gêneros.…”

“…Alguns desses desafios são: 1. diferentes perspectivas de descrição sustentam o trabalho com o ensino de gênero textual; 2. a presença saliente dos gêneros textuais no ensino de LP não tem sido garantia de trabalhos fundamentados em pressupostos claros; 3. a ênfase no ensino de gêneros textuais gerou uma fuga do ensino da gramática, causando desequilíbrio entre o estudo da diversidade textual e o estudo do componente linguístico dos gêneros. Além desses desafios apontados por Miranda (2015), acrescentamos o de (re)pensar a formação inicial e continuada de professores tendo em vista a adoção do gênero textual como um megainstrumento para o ensino de LP.…”

produção de sequências didáticas de gêneros da ordem do argumentar: perspectivas aplicadas à formação docente

“…Entretextos, Londrina, v. 24, n. 1Esp, p.269-291, 2023 ROCHA, L. V. A.;ALVES, M. F. ADescrição eprofessores participantes da formação, que, aqui, o identificaremos como P1 4 , tendo como foco o trabalho com o gênero textual argumentativo artigo de opinião. É importante ressaltar que antes da proposta de elaboração da SD, foram apresentados aos professores modelos didáticos de gêneros, que se configuram como uma proposta de descrição e caracterização de aspectos 'ensináveis do gênero', os quais se constituem como a base para a elaboração de uma sequência didática(MIRANDA, 2015). De forma específica, apresentamos no curso o modelo didático do gênero artigo de opinião proposto porGonçalves e Ferraz (2014).…”