É grande a incidência de neoplasias malignas que acometem a região maxilofacial, e como parte do tratamento são realizados procedimentos de quimioterapia e radioterapia. Esta última, por apresentar sessões de radiações ionizantes, pode causar efeitos indesejáveis ao organismo acarretando complicações orais, como por exemplo, a osteorradionecrose. Esta condição é a manifestação oral mais grave e se desenvolve, principalmente, decorrente de procedimentos de extrações dentárias. Para que isso não ocorra, cabe ao Cirurgião-Dentista indicar outras opções preventivas de tratamento para o controle da saúde bucal do paciente. O objetivo do presente estudo foi relatar a conduta profissional frente à necessidade de intervenção endodôntica em um paciente submetido à terapia antineoplásica, cujo dente, apresentava-se com perfuração radicular. Paciente, ASA III, sexo masculino, 56 anos de idade, leucoderma, compareceu a uma clínica particular especializada em Endodontia, sem sintomatologia dolorosa, necessitando de tratamento endodôntico no elemento 47, que se encontrava perfurado em região cervical, nas faces mesial e vestibular. O elemento apresentava prognóstico desfavorável, e a indicação para exodontia não era viável no momento por se tratar de um paciente irradiado em região de cabeça e pescoço. O caso demonstra a grande importância da intervenção odontológica previamente às terapias antineoplásicas, pois previne futuras complicações mais graves. Além disso, mostra a possibilidade de sucesso no tratamento endodôntico mesmo diante de perfuração radicular.