Justificativa e Objetivos-No contexto das doenças vasculares periféricas, a doença venosa tromboembólica tem assumido maior importância, à medida em que se apresenta com freqüência e morbi-mortalidade elevadas e, sobretudo, pela possibilidade de alteração de sua evolução quando há reconhecimento e tratamento adequados. O uso cada vez mais freqüente de tromboprofiláticos tornou-se um problema para os anestesiologistas, uma vez que esses agentes têm aumentado a incidência de hematoma espinhal, quando associados a bloqueios regionais. Este trabalho tem o propósito de apresentar aos anestesiologistas, a partir de ampla revisão de literatura, aspectos farmacológicos e bioquímicos dos anticoagulantes mais comumente utilizados e orientações quando houver necessidade de bloqueio regional nos pacientes em esquema de anticoagulação. Conteúdo-São apresentadas as características dos diferentes anticoagulantes e implicações no bloqueio regional. No final da descrição de cada fármaco, seguem-se c o n s i d e r a ç õ e s a re s p e i t o d a s r e c o m e n d a ç õ e s m a i s importantes. Conclusões-A realização de bloqueio regional, na vigência de tromboprofilaxia, exige redimensionamento das cautelas, principalmente nos aspectos concernentes à utilização de cateter peridural, punções repetidas e traumáticas; pois, nestes casos, o risco da ocorrência de hematoma espinhal estará aumentado. Adicionalmente, fazem-se necessárias ampla comunicação e preparo das equipes médica e de e n f e r m a g e m q u a n t o a o s p a c i e n t e s r e c e b e n d o anticoagulantes, a fim de diminuir os riscos das complicações hemorrágicas. Esses pacientes devem ser monitorizados minuciosamente, a fim de que sejam detectados precocemente sinais incipientes de compressão medular. Se houver suspeita de hematoma espinhal, a confirmação radiográfica deverá ser providenciada imediatamente, devido ao risco de isquemia medular irreversível.