O objetivo do presente estudo foi conhecer as dificuldades da família de crianças portadoras de microcefalia. Trata-se de uma pesquisa descritiva, exploratória com abordagem quanti-qualitativa. A pesquisa foi realizada no Ambulatório do Hospital Universitário da Universidade Federal de Sergipe, no serviço de microcefalia, abrangendo uma amostra de 40 cuidadoras de crianças portadoras da doença. Para coleta de dados foi utilizado um instrumento com questões objetivas e discursivas, confeccionado pelos autores e validado anteriormente. Fez-se necessário o uso de gravador de áudio para transcrição das falas. A análise de dados foi feita por meio do Excel e a técnica de análise de conteúdo de Bardin. Os resultados demonstraram que os cuidadores eram do sexo feminino, genitoras, de baixo nível escolar, não exerciam outra função além de cuidar e tinham outros filhos. Em relação à criança, o principal fator causal da microcefalia foi o Zika vírus, sendo descoberto em sua maioria no pós-parto. As cuidadoras referiram dificuldades devido à condição clínica da criança, relacionando a mudanças na rotina familiar, na disponibilidade do transporte, na sobrecarga do cuidado, no tempo integral dedicado e no âmbito financeiro. Entretanto, as mesmas também evidenciaram fontes de apoio social, destacando-se: Deus/fé, a família e profissionais da saúde. Conclui-se a necessidade e a importância de conhecer as dificuldades vivenciadas pelas cuidadoras para a promoção de estratégias que visem o bem-estar da criança e do cuidador diante a condição crônica.
Palavras-chave: Microcefalia. Criança. Cuidador