Objetivo: estimar as expectativas negativas sobre a vida pós-cárcere com relação à condição de saúde e de trabalho e os fatores associados à essas duas variáveis em mulheres privadas de liberdade. Método: estudo transversal, por meio de censo com 99 mulheres que estivessem em cumprimento de pena nos regimes provisório, fechado e semiaberto. Na análise dos dados, foram empregados o teste qui-quadrado e a regressão de Poisson. Na análise múltipla dos fatores associados ao desfecho, foi construído um modelo teórico de determinação com blocos hierarquizados. Resultados: o modelo final ajustado mostrou que a expectativa negativa pós-cárcere em relação à condição de saúde se associou à autoavaliação negativa de saúde (RP: 6,14; IC95%: 2,27-16,60). A expectativa negativa pós-cárcere sobre a condição de trabalho se associou com as expectativas negativas pós-cárcere em relação a vida pessoal (RP: 7,65; IC95%: 2,82-20,79) e ao padrão de vida. Conclusão: as associações encontradas no estudo demonstram a importância de investimento em políticas de saúde e trabalho para melhores condições futuras pós-encarceramento.ABSTRACTObjective: to estimate negative expectations about post-prison life in relation to health and work conditions and the factors associated with these two variables in women deprived of liberty. Method: cross-sectional study, through a census with 99 women who were serving sentences in the provisional, closed and semi-open regimes. In data analysis, the chi-square test and Poisson regression were used. In the multiple analysis of the factors associated with the outcome, a theoretical model of determination with hierarchical blocks was built. Results: the final adjusted model showed that post-prison negative expectations regarding health conditions were associated with negative self-rated health (PR: 6.14; 95%CI: 2.27-16.60). Negative post-prison expectations about work conditions were associated with post-prison negative expectations about personal life (PR: 7.65; 95%CI: 2.82-20.79) and standard of living. Conclusion: the associations found in the study demonstrate the importance of investing in health and work policies for better post-incarceration future conditions.RESUMENObjetivo: estimar las expectativas negativas sobre la vida después de la cárcel en relación con las condiciones de salud y de trabajo y los factores asociados a esas dos variables en mujeres privadas de libertad. Método: Estudio transversal mediante censo con 99 mujeres que cumplían condena en regímenes temporal, cerrado y semiabierto. En el análisis de los datos, se utilizó la prueba de chi-cuadrado y la regresión de Poisson. En el análisis múltiple de los factores asociados al resultado, se construyó un modelo teórico de determinación con bloques jerárquicos. Resultados: El modelo final ajustado mostró que la expectativa negativa después del periodo en la cárcel, con respecto al estado de salud, se asoció con la autoevaluación negativa de salud (RP: 6,14; IC 95%: 2,27-16,60). La expectativa negativa post carcelaria sobre las condiciones de trabajo se asoció con las expectativas negativas post carcelarias sobre la vida personal (RP: 7,65; IC 95%: 2,82-20,79) y el nivel de vida. Conclusión: Las asociaciones encontradas en el estudio demuestran la importancia de invertir en políticas de salud y trabajo para mejorar las condiciones futuras después del encarcelamiento.