O estudo da temática econômica e fiscal nos finais da Idade Média tem crescido vigorosamente e ganhado corpo dentro do debate historiográfico europeu atual. Dentro deste panorama, e mais especificamente de um ponto de vista dos estudos medievais portugueses, propomos neste ensaio a análise de um pequeno conjunto de fontes que permite-nos compreender uma parte fundamental da constituição do Estado Português: as suas finanças. Para tal, neste texto, trabalharemos sobre uma pequena série de documentos específicos da contabilidade régia: as cartas de quitação. O estudo terá duas partes, sendo a primeira dedicada à crítica das fontes selecionadas. Uma segunda parte focará uma problemática mais diretamente relacionada com as finanças locais, isto é, o seu enquadramento dentro de um contexto mais amplo das finanças de Estado.