Esta pesquisa teve como objetivo analisar a relação entre paixão, resiliência e desempenho em triatletas. A amostra foi composta por 78 atletas do sexo masculino ( idade = 36,97 ± 10,29 anos), participantes de duas competições de nível nacional realizadas em 2018. Como instrumentos, utilizou-se uma ficha de dados de identificação, a Escala da Paixão (PS) e a Escala de Resiliência de Connor-Davidson de 10 itens (CD-RISC-10). O desempenho dos atletas foi medido pelo tempo total na prova. A análise de dados foi realizada por meio do software R (versão 3.6.3), utilizando-se dos testes de Shapiro-Wilk, Wilcoxox, U de Mann-Whitney, coeficiente de correlação de Spearman e Regressão Logística Binomial, com nível de significância p<0,05. Os resultados demonstraram que os triatletas possuíam maiores níveis de paixão harmoniosa (Md=5,83) do que obsessiva (Md=3,33) (p<0,05). Os indivíduos melhores colocados na prova eram mais jovens (p<0,01) e apaixonados pelo esporte (p=0,03). A paixão harmoniosa apresentou correlação positiva e moderada com a resiliência (r=0,39). Atletas mais velhos apresentaram menores chances de obter melhores desempenhos (RC=0,80) enquanto que atletas mais experientes no esporte apresentaram maiores chances (RC=1,25) (p<0,01). A paixão obsessiva apresentou influência positiva não-significativa no desempenho (RC=1,74; p=0,07). Concluiu-se que a idade pode influenciar o desempenho negativamente, enquanto que o tempo de prática e a paixão obsessiva podem influenciá-lo positivamente. Entretanto, apenas a paixão harmoniosa parece ser capaz de auxiliar o atleta a se tornar mais resiliente.