O acesso à saúde de qualidade durante a gestação e o puerpério não são uma realidade vivenciada para a maioria das mulheres no Brasil, em especial nas regiões menos desenvolvidas. Como consequência, a mortalidade materna ainda se enquadra como um problema de saúde grave e negligenciado no país. Trata-se de um estudo de coorte retrospectiva, com análise das informações dos óbitos maternos fornecidos pela base de dados do Ministério da Saúde (DATASUS) de todas as unidades federativas (UFs) do Brasil e as notificações realizadas entre os anos de 2011 e 2021. Foram identificados 17.416 óbitos no período analisado, sendo as maiores notificações na raça branca (32,70%), na faixa etária entre 30 e 39 anos (41,74%), no nível de escolaridade entre 8-11 anos (39,42%) e na região Sudeste (35,64%). As mortes maternas diretas obtiveram maior número de registros (59,83%) e entre as principais causas foram contemplados os transtornos hipertensivos (19,22%), complicações do trabalho de parto e parto (14,26%) e complicações relacionadas ao puerpério (12,10%). Nota-se que, apesar da subnotificação de óbitos maternos, a prevalência da situação no país é alarmante. Faz-se necessário maior vigilância dos casos, bem como aperfeiçoamento do sistema de informação, visando a redução dos índices de mortalidade materna.