RESUMO Objetivo: identificar a presença, frequência e gravidade dos sintomas neuropsiquiátricos em idosos com demência, identificar o desgaste do cuidador familiar e analisar os fatores relacionados ao desgaste do cuidador. Método: estudo transversal, descritivo, exploratório e correlacional, realizado com 54 cuidadores familiares de idosos com demência, atendidos em um ambulatório de geriatria de alta dependência de um Hospital Geral Terciário. Utilizaram-se questionário de caracterização dos cuidadores, o Inventário Neuropsiquiátrico e o Inventário Neuropsiquiátrico Desgaste. Resultados: a maioria (85,2%) dos cuidadores familiares era de mulheres, média de idade de 51,2 anos e residia com o idoso (74,1%). A média de sintomas neuropsiquiátricos foi 4,5; o mais presente foi apatia/indiferença (74,1%), seguido de disforia/depressão (46,3%); o mais frequente foi o comportamento motor aberrante (75,1%), seguido de agitação/agressividade (52,9%). Quanto à gravidade dos sintomas, a moderada foi a mais prevalente. Observou-se correlação forte positiva entre o escore total dos questionários aplicados (r=0,82, p=<0,001) e entre o escore total do Inventário Neuropsiquiátrico-Desgaste e o número de sintomas neuropsiquiátricos, apresentados pelos idosos com demência (r=0,83, p=<0,001); correlação fraca positiva entre o escore total do Inventário Neuropsiquiátrico-Desgaste e o número de dias na semana dedicado ao cuidado (r=0,28, p=0,042) e entre problemas de saúde do cuidador e o escore total do Inventário neuropsiquiátrico Desgaste (r=0,29, p=0,034), com significância estatística. Conclusão: os resultados encontrados mostram a necessidade de investimentos na assistência ao binômio idoso/cuidador com vistas ao melhor manejo dos sintomas neuropsiquiátricos e à redução do desgaste do cuidador.