RESUMOTema: disfagia e tétano. Objetivo: apresentar revisão bibliográfica sobre a fisiopatologia do tétano e como a deglutição pode ser afetada por essa doença. Conclusão: apesar da pouca existência de bibliografia, que relacionem o tétano a disfagia, a pesquisa demonstrou que a deglutição pode ser afetada em todas as suas fases, inclusive a esofágica, devido à contratura muscular decorrente da ação da neurotoxina tetanopasmina. Os principais sinais e sintomas do tétano são: trismo, disfagia, hipertonia da musculatura facial da mímica, repuxamento das narinas e da comissura labial (ocasionando o riso sardônico), comprometimento da musculatura cervical e alterações respiratórias 8 . A disfagia orofaríngea é uma alteração da deglutição, que surge em decorrência de alguma doença 9 , ou seja, a disfagia é um sintoma de uma doença de base, caracterizada por uma alteração da deglutição, que pode ocorrer de forma imprecisa, lenta ou ambas 10 . Em virtude desses achados, esse artigo tem o objetivo de revisar a fisiopatogenia de tétano e anatomofisiologia da deglutição, procurando caracterizar a disfagia no tétano.
DESCRITORES:
MÉTODOSPara cumprimento do objetivo deste artigo, realizou-se uma revisão bibliográfica em artigos, monografias, periódicos, livros nacionais e documentos eletrônicos.Foi realizada a seleção de artigos em base Lilacs e Medline, no período de 1966 a 2009. A seleção do material foi determinada considerando o tema e a atualização do tema a ser tratado no artigo. Os dados encontrados são apresentados em itens referentes à fisiopatologia do tétano, sinais e sintomas do tétano, classificação do tétano, disfagia do tétano e cuidados com o paciente tetânico.
INTRODUÇÃOO tétano é um quadro clínico ocasionado pela contaminação por meio de uma neurotoxina que leva a hiperexcitabilidade do sistema nervoso central, causando contrações espasmódicas, que pode atingir neonatos, crianças e adultos 1,2 . Ele é considerado um grave problema de saúde pública, apesar de ser uma doença que pode ser prevenida por meio de profilaxia 2 , que deve ser feita até os cinco anos de idade com três doses da vacina tríplice e indicação de reforço com o toxoide tetânico a cada dez anos 3 . O tétano já era conhecido há mais de 2000 anos, pois Hipócrates, em 640 a.c, já o descrevia em suas duas formas, generalizada e localizada, chegando o mesmo a ser o autor do aforismo "tetânico que passar do quarto dia estará salvo". Hoje apesar de todo progresso terapêutico, os óbitos ocorrem mais frequentemente nos quatros primeiros dias 4,5 . Estima-se que há cerca de 50.000 casos de téta-nos, por ano, em todo mundo e que essa incidência está relacionada à ausência de imunização contra a bactéria responsável pela doença 6 . A principal característica dessa doença são as contrações espásticas que ocorrem devido à contaminação da tetanopasmina. A toxina após ser libe-