A incidência precisa de trombose venosa cerebral não é conhecida. A condição é relativamente incomum e, provavelmente, subdiagnosticada. Trombose venosa cerebral foi estimada em 1:10.000 admissões hospitalares de 1978 a 1988 (1) . A trombose séptica de seio cavernoso é ainda uma causa comum, porém, outras causas de trombose de seio cavernoso ocorrem, como causas inflamatórias, tumorais, fístulas carótido-cavernosas e aneurismas (1)(2) . Os agentes etiológicos da trombose de seio cavernoso de origem séptica mais comuns são Staphylococcus aureus, com estreptococos e pneumococos sendo menos comuns; registrou-se também anaeróbios e fungos (3) . Os sintomas são cefaléia e/ou dor facial lateralizada, seguida em alguns dias a semanas por febre e comprometimento da órbita, provocando proptose e quemose secundárias à obstrução da veia oftálmica. A seguir, ocorre rapidamente paralisia do VI, III e IV nervos cranianos ipsilaterais. Disfunção sensorial nos ramos V1 e V2 do V nervo é menos óbvia. Ocorre comprometimento adicional do conteúdo orbitário adjacente, podendo ocorrer papiledema brando e diminuição da acuidade visual. A propagação para seio cavernoso oposto ou para outros seios intracranianos, com infarto cerebral ou pressão intracraniana aumentada secundária a alteração na drenagem venosa, podem resultar em estupor, coma e morte (3) .A investigação pode ser feita através dos seguintes métodos diagnósti-cos: tomografia computadorizada, punção lombar e ressonância nuclear magnética, seguida da angiorressonância de crânio, a qual é o exame de eleição (1) . Reserva-se a angiografia cerebral para os casos duvidosos (4) .
RELATOS DE CASOSTrombose séptica de seios cavernosos, transverso e sigmóide e de veia jugular, associada à meningite, secundária a furúnculo nasal -Relato de Caso
Septic thrombosis of cavernous, transverse, sigmoid sinuses and jugular vein, associated with meningitis, secondary to nasal furuncle -Case reportOs autores descrevem um caso de furúnculo nasal que evoluiu com trombose séptica de seio cavernoso, bilateral e assimétrica, e de seios transverso e sigmóide e de veia jugular interna a esquerda, associada à meningite bacteriana, em um paciente previamente hígido. Apesar da trombose séptica extensa de seios venosos, o paciente apresentou boa evolução, após tratamento clínico agressivo com antibióticos, corticosteróides e anticoagulantes. Porém, manteve como seqüela: paresia de VI nervo à esquerda e lesão parcial de nervo óptico homolateral.