Participação no cuidado em saúde: a voz da criança e do adolescente que vivem com HIV

Abstract

A participação da criança e do adolescente na tomada de decisões em relação ao seu cuidado em saúde ainda é um tema pouco estudado. Essa realidade aponta para sua invisibilidade, apesar do seu desejo e do direito de serem ouvidos e de terem suas percepções, preferências e escolhas respeitadas nas decisões em relação ao seu corpo e a sua saúde. O objetivo do presente artigo é identificar as evidências científicas acerca de como as crianças e os adolescentes que vivem com HIV participam na tomada de decisões em relação ao seu cuidado em saúde. Procedeu-se a uma revisão integrativa, realizada no período de janeiro a maio de 2019, nas seguintes bases de dados eletrônicas: LILACS, PubMed e Scopus. Localizaram-se 5308 produções, das quais foram mencionadas nove neste trabalho. A partir da análise dos artigos selecionados, constatou-se que as crianças e os adolescentes que vivem com HIV têm voz no seu cuidado em saúde, de modo secundário, em relação a três aspectos: à informação, à autonomia e às decisões em relação ao seu cuidado em saúde. As evidências científicas revelam que essa população participa da tomada de decisões em relação ao seu cuidado em saúde em aspectos pontuais, ou seja, em estratégias de cuidado necessárias a quem vive com HIV. Conclui-se que os profissionais da saúde devem reconhecer a criança e o adolescente que vivem com HIV como protagonistas do seu cuidado em saúde, a fim de levá-los a aderir ao tratamento, melhorando a eficácia deste e, consequentemente, seu bem-estar.

Adesão À Terapia Antirretroviral Em Crianças Que Vivem Com Hiv

“…Para uma boa adesão, o uso de materiais lúdicos e com linguagem acessível a esse público potencializam o entendimento sobre a infecção e tratamento, desse modo, a criança se torna protagonista do seu tratamento, assim, estimula sua autonomia. A confiança que a criança direciona para os profissionais que a atendem reverbera no quanto ela acredita nas informações que são verbalizadas por esse profissional (MOTTA et al, 2020).…”