O Brasil possui um dos maiores rebanhos bovinos do mundo, e essa posição é mantida pela reposição do rebanho através do nascimento de bezerros. A etapa de cria é um dos momentos mais críticos da reprodução bovina, pois, em decorrência da característica reprodutiva da fêmea bovina, não há a transferência de imunidade transplacentária para o neonato, momento esse em que há maiores chances de mortalidade. O objetivo dessa revisão de literatura é apontar os principais fatores infecciosos e não infecciosos responsáveis pela diarreia de bezerros e sua fisiopatogenia, além de realizar uma explanação sobre transferência de imunidade passiva, diagnóstico e tratamento. A diarreia é um sintoma secundário a um processo infeccioso, ou não, previamente instaurado. A diarreia infecciosa pode ser de origem bacteriana (Escherichia coli e Salmonella spp); viral (Rotavírus e Coronavírus) ou protozoária (Cryptosporidium sp. e Eimeria spp). Já a diarreia não infecciosa pode ser causada por erro no manejo alimentar, alta densidade populacional ou avidez do bezerro no momento de mamar. Algumas causas infecciosas só possuirão capacidade patológica quando estiver em um organismo imunossuprimido, se tornando um local adequado. Por não haver transferência imunológica transplacentária, o fornecimento de um colostro de boa qualidade e no momento adequado é primordial para uma transferência de imunidade passiva de maneira eficaz. A fluidoterapia é a forma de tratamento mais utilizada para a reposição de líquido e eletrólitos perdidos decorrente do quadro diarreico. A vacinação geralmente é feita na matriz no período pré-parto para que haja a produção de imunoglobulinas que serão transferidas através do colostro. Com isso, o objetivo é abordar os principais agentes etiológicos envolvidos na diarreia de bezerros e sua relação imunológica.