A dependência de trajetória (DT) não consegue explicar satisfatoriamente as escolhas estratégicas das organizações. Há determinados momentos em que a organização precisa inovar, buscando novas soluções. Essa abordagem caracteriza a criação de trajetória (CT), aparentemente uma oposição aos princípios da DT. Este artigo busca analisar, com base na DT e na CT, os eventos críticos ocorridos e as perspectivas futuras da organização não governamental Parceiros Voluntários. A pesquisa ocorreu por meio de um estudo de caso e foram realizadas entrevistas semiestruturadas com os principais atores da organização, seguidas da análise de conteúdo. As sub-categorias analisadas para explicar DT e CT são, respectivamente: momentos iniciais, processos atuais, resultados e perspectivas futuras, relações sociais, inovação. Os principais resultados indicam que as escolhas estratégicas são influenciadas pela trajetória e por perspectivas futuras da organização, havendo variação de intensidade em cada projeto, evento e parceria realizada pela ONG. Assim, em relação à DT, destacam-se a história da organização, as estratégias deliberadas, os padrões nas escolhas e o risco do aprisionamento. Para CT foi central a identificação das estratégias emergentes, das capacidades técnicas, do engajamento e a visibilidade.