O aparelho reprodutor é o responsável pela sobrevivência e perpetuação das espécies, fator que determina sua grande importância. As enfermidades reprodutivas são muito comuns em fêmeas felinas, sendo os distúrbios uterinos os mais frequentes. Essas alterações não influenciam somente a capacidade reprodutiva desses animais, mas colocam a saúde geral dessas gatas em risco. Nesse contexto, o propósito desse trabalho foi realizar um estudo retrospectivo dos casos de enfermidades uterinas de gatas atendidas na clínica escola veterinária da Unicentro no período de janeiro/2021 a abril/2022, coletando dados como a faixa etária, sinais clínicos, uso ou não de contraceptivos e a terapêutica empregada, para estabelecer o perfil dessas fêmeas felinas acometidas por doenças uterinas. Dentre as 1.936 fichas clínicas acessadas, 19,8% (383/1936) eram da espécie felina, com 52,48% (201/383) machos e 47,52% (182/383) fêmeas. Assim, estabeleceu-se que 6,54% (12/182) das fêmeas felinas foram diagnosticadas com enfermidades uterinas, sendo que 75% (9/12) possuíam maceração fetal e 25% (3/12) piometra. A grande maioria (75%) dos responsáveis administrou contraceptivos nas fêmeas acometidas e 50% deles permitiam o acesso dos animais a rua sem supervisão. Ademais, 91,66% dessas fêmeas felinas com distúrbios uterinos passaram por tratamento cirúrgico, por meio da realização da ovariosalpingohisterectomia, em associação com a administração de antimicrobianos de amplo espectro. Nenhum animal veio a óbito. Dessa maneira, pode-se comprovar a importância da realização de um estudo retrospectivo de casos de doenças uterinas em gatas, determinando o perfil das fêmeas felinas, para promover a disseminação de conhecimento e formas de prevenção, uma vez que, as enfermidades uterinas têm se tornado cada vez mais frequentes na Medicina Veterinária e a orientação dos responsáveis é essencial para melhorar esses dados e trazer melhor qualidade de vida para os pacientes veterinários.