Resumo: Indivíduos com migrânea podem apresentar disfunções na coluna cervical, como alteração na taxa de coativação agonista-antagonista, diminuição da força muscular e dor. Porém ainda não se sabe se pacientes com migrânea também apresentam alteração na resistência dos músculos flexores e extensores da cervical quando comparados a indivíduos controle. No estudo realizamos os testes de resistência de acordo com Edmondston et al 2008, em dois grupos com 15 indivíduos, um com migranosos e outro controle. Os achados foram de que há uma diferença significativa do tempo de sustentação para a musculatura flexora quando comparado os grupos. Conclui-se preliminarmente que individuos com migrânea apresentam uma redução na resistência dos flexores cervicais.
Palavras
IntroduçãoPacientes com migrânea frequentemente apresentam dor no pescoço. Além disso, a migrânea tem sido associada a uma alteração do desempenho muscular do pescoço caracterizada por aumento da atividade dos músculos extensores cervicais superficiais e diminuição da força extensora cervical. [1,2] Apesar das evidências da capacidade da resistência ser reduzido devido à dor cervical [4,5], a resit6encia dos músculos do do pescoço nunca foi relatado em indivíduos com migrânea. Consequentemente, nosso objetivo foi avaliar a capacidade de resistência dos músculos do pescoço em indivíduos com enxaqueca e controles.
Materiais e métodosQuinze indivíduos com migrânea foram recrutados no Ambulatório de Algias Craniofaciais do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (FMRP-USP) e quinze controles da população em geral. Os participantes apresentaram uma média de idade (anos) do grupo controle de 25,06 anos (DP=4,07) e no grupo migrânea de 29,93 anos (DP=7,17), e uma média de peso no grupo controle de 64,98kg (11,35) e no grupo migrânea de 68,40 Kg(11,28). O teste de resistência de flexores e extensores foi realizado por um avaliador cego. A resistência dos flexores foi realizada com o paciente na posição supina e posicionando a cabeça e o pescoço em ligeira flexão. A mão do examinador foi posicionada sob a cabeça e o teste foi encerrado se a cabeça tocava a mão do examinador ou se o sujeito não pudesse sustentar a posição. Já o teste da resistência dos extensores foi realizado com o paciente em decúbito ventral. Um dispositivo cervical para mensuração da amplitude de movimento foi posicionado na cabeça para manter o alinhamento com o plano horizontal. Uma faixa de Velcro foi fixada na cabeça do paciente e um peso de 2 kg foi anexado à esta faixa de Velcro, colocado ao redor da cabeça dos participantes. O teste era interrompido quando o sujeito já não conseguia segurar a posição, ou se a posição da cabeça ultrapassava 5 ° da posição inicial [6]. O tempo de manutenção em segundos de ambas as posições foi cronometrado. A aprovação do estudo foi obtida pelo Comitê de Ética Humana da Universidade de São Paulo (6861/2016), e cada participante deu consentimento informado antes do teste. Os grupos foram comparados utilizando o teste t de Student para...