Objetivo: Compreender a relação existente entre a ocorrência de endometriose e o sofrimento psíquico presente nas mulheres. Métodos: Estudo qualitativo com 11 mulheres com endometrioseno seu primeiro atendimento no ambulatório de endometriose da Maternidade Escola Assis Chateubriand (MEAC), de setembro de 2016 a janeiro de 2017. A coleta de dados ocorreu pelas entrevistas narrativas. Após leitura e transcrição minuciosa das entrevistas, extraiu-se uma categoria para análise. Resultados: A busca incessante pelos serviços de saúde no tratamento das dores incapacitantes são condições que contribuem para a alteração do humor da mulher. A demora no diagnóstico e intervenção leva à mulher a frustração e, frequentemente, a reação estressante. Mesmo após o diagnóstico e a instituição do tratamento, os fatores psicológicos que fazem parte da síndrome dolorosa, como a mudança no humor e a ansiedade, contribuem diretamente para melhorar ou piorar o estado de saúde da mulher. E ainda necessitam de uma abordagem holística para visibilidade dos sintomas, precisando de um suporte emocional para lidar com a doença. Conclusão: A qualidade de vida, valor atribuído à duração da vida quando esta é transformada pela percepção de limitações físicas, psicológicas, funções sociais e oportunidades motivadas pela doença, tratamento e outros agravos, deve ser um aspecto observado no tratamento de pacientes com endometriose, sobretudo quando se consideram a influência dos aspectos psíquicos no tratamento da doença biológica. Em concordância com este sentido sobre a percepção da saúde, as funções sociais, psicológicas e físicas das mulheres com endometriose necessitam ser repensadas e reconfiguradas.