O pescado é uma das principais fontes de alimento das populações ribeirinhas do baixo Tocantins, incluindo a população cametaense. A pesquisa foi desenvolvida com objetivo de avaliar as condições higiênico sanitárias do pescado comercializado no centro urbano do município (mercado e feira). As características avaliadas foram as formas de acondicionamento e os tipos de conservação/armazenamento utilizados, bem como equipamentos de proteção individual (EPIs), finalizando com as análises sensoriais in loco. A identificação das principais espécies comercializadas, os valores praticados, a preferência de consumo e a origem do pescado também foram abrangidas pela pesquisa. As coletas de dados foram realizadas com Check list aplicados in loco, entre comerciantes e compradores, no período de setembro a dezembro de 2022 e em fevereiro e março de 2024. Os resultados indicaram que 98% dos comerciantes não usam luvas, 90% não usam botas e 100% não usam aventais e toucas, ou qualquer tipo de equipamentos de proteção individual – EPIs. A análise sensorial do frescor do pescado indicou que 35% de pescado comercializado apresentou índices impróprios para o consumo. Contudo, após a reforma do mercado, houve um declínio no índice de pescado impróprio em 2024 (25,5%). Quanto as formas de armazenamento, as condições foram consideradas inadequadas quanto à proporção gelo/pescado abaixo do recomendado, boxes e estruturas de corte com material impróprio, sujeito a contaminação por agentes patogênicos (vírus e Bactérias). Os consumidores, em sua maioria, preferem comprar o pescado nas feiras (95,5%), em supermercados (3%) ou peixarias (1,5%). O peixe eviscerado resfriado representa mais de 59% das vendas, seguido do peixe inteiro fresco (25%). A menor parcela de consumidores faz opção por filé congelado. 14 espécies de peixes são comercializadas no mercado municipal e na feira livre do município, com destaque para Pescada branca Plagioscion squamosissimus, Tambaqui Colossoma macropomum, Filhote Brachyplatystoma filamentosum, Dourada Brachyplatystoma rousseauxii, Tainha Mugil incilis e duas espécies de Mapará, o (Monte Alegre) Hypophthalmus edentatus e H. marginatus. Nossos resultados apontam que a falta de infraestrutura e as condições higiênicos sanitárias colocam em risco o consumo de pescado e apontam para a falta de políticas públicas de sensibilização e fomento que são necessárias para garantir a qualidade do pescado comercializado.