A expansão da agropecuária e a exploração de recursos naturais têm impactado a Caatinga, causando danos irreversíveis, tais como o risco de extinção de diversas espécies nativas, a escassez de chuvas na região e a desertificação. Assim, o objetivo deste trabalho foi investigar o conhecimento dos agricultores da comunidade de Umarizeiras, em Cariús - Ceará, Brasil, a respeito da Caatinga e as práticas que impactam sua conservação. Utilizando uma abordagem quanti-qualitativa exploratória, a pesquisa foi conduzida com 18 agricultores locais com uso de questionários. Os resultados revelaram que a maioria dos sujeitos desta pesquisa adquiriu conhecimentos sobre agricultura e pecuária através de tradição familiar (88,9%), e 55,6% dos agricultores não conheciam o conceito de Caatinga. Além disso, apesar de 88,9% utilizarem cisternas para captação de água, apenas 27,8% receberam orientação sobre o uso desse recurso. A prática pecuarista é comum, com 88,9% dos agricultores criando animais, como porcos, galinhas e bovinos. Contudo, a caça de espécies nativas ainda é praticada pela maioria destes, 61,1%. Quanto à flora, 83,3% dos agricultores utilizam plantas da Caatinga para fins medicinais e construção, destacando-se espécies como cumaru (Amburana cearensis) e aroeira (Astronium urundeuva). No entanto, a maioria dos agricultores nunca recebeu informações sobre Convivência com o Semiárido. Conclui-se que há uma urgência em intervenções socioeducacionais através de políticas públicas robustas, na perspectiva da promoção de práticas agrícolas sustentáveis e a conservação do bioma Caatinga. Essas ações são essenciais para garantir a sustentabilidade, consequentemente a qualidade de vida das comunidades que vivem neste bioma.