Percepção da qualidade de vida entre médicos anestesiologistas e não anestesiologistas

Qualidade de vida de médicos: revisão sistemática da literatura brasileira

“…Indicaram, ainda, que intensivistas pediátricos parecem apresentar melhor ''coping'' religioso (demonstrado pelos melhores escores nos domínios espirituais e religiosos), sugerindo que o estresse da profissão do pediatra (cuidado de crianças em condições críticas) parece ser melhor tolerado do que o vivenciado pelos neonatologistas ao lidar com recém-natos e parturientes. A QV e percepção de saúde de ortopedistas e suas subespecialidades (ombro, joelho, coluna) obteve escore mais alto quando comparado a outras especialidades médicas e a outras profissões no estudo de Mello e Souza (2013), enquanto os anestesiologistas estudados por Arenson-Pandikow et al (2012) apresentaram escores de QV inferiores quando comparados com outras especialidades.…”

“…No caso de médicos que atuam em UTI, encontrouse diferença entre os escores de QV de médicos que trabalhavam na UTI Pediátrica e de Neonatologia, não tendo sido possível, entretanto, determinar se essa diferença ocorreu em virtude do local de trabalho ou em virtude do púbico cuidado (crianças e neonatos) (FOGAÇA; CARVALHO; MARTINS, 2010). Já entre os anestesistas, trabalhar na capital ou no interior pareceu impactar a QV, mas os resultados também não foram conclusivos (ARENSON-PANDIKOW et al, 2012).…”

“…No caso da carga horária, foi unânime sua associação negativa com a QV nos cinco estudos que consideraram essa variável, e isso independentemente da especialidade médica ou do local de trabalho (ARENSON-PANDIKOW et al, 2012;MACEDO et al, 2009;ASAIAG et al, 2010;MELLO;SOUZA, 2013;DIAS et al, 2016). Portanto, parece conclusivo que o fator é um dos que está diretamente relacionado à diminuição da QV.…”

“…Dentre outras variáveis relacionadas a esse fator, a aquisição de habilidades e autoconfiança com o passar dos anos de profissão foi apontada como motivo de melhoria da QV dos residentes (MACEDO et al, 2009). Nos estudos com ortopedistas (DIAS et al, 2016) e anestesistas (ARENSON-PANDIKOW et al, 2012), embora não se tenham estabelecido correlações estatísticas, foi indicada associação positiva entre tempo de formado e QV, relação esta associada à maior remuneração.…”

“…No caso de profissões da área da saúde, como a medicina, estudos têm demonstrado que estas profissões possuem aspectos bem desgastantes que impactam a QV de seus trabalhadores. Entre eles estão o acúmulo de vínculos, a longa jornada de trabalho, a grande dedicação de tempo extra (para reuniões, trabalhos inesperados, educação continuada, entre outros), o envolvimento de muita responsabilidade pessoal, assim como o contato constante com o sofrimento de pacientes e familiares (ARENSON-PANDIKOW, 2012;NOGUEIRA-MARTINS, 2010;TORRES et al, 2011).…”