Percepção das parturientes sobre violência obstétrica: A dor que querem calar

Abstract

Objetivou-se identificar o conhecimento das parturientes sobre violência obstétrica, levantar se conseguem identificar as principais ações presentes na violência obstétrica, detectar os impactos físicos e psicológicos da violência obstétrica. Os sujeitos desse estudo foram 14 puérperas residentes do estado do Rio de Janeiro. Foi realizado um estudo do tipo descritivo, exploratório com abordagem quali-quantitativa. A coleta de dados foi realizada por meio de um formulário eletrônico online, na qual foi viabilizado um formulário individual composto de perguntas relacionadas ao objetivo da pesquisa sendo de fácil e rápido acesso ao sujeito participante. Concluiu-se através dos resultados desta pesquisa que as mulheres possuem um conhecimento limitado acerca da violência obstétrica, podendo estar relacionado à falta de informação durante o pré-natal.

Concepção da violência obstétrica pelas puérperas

“…A negligência dos profissionais aparece em vários momentos das falas, mas, nem sempre são identificados como tal pelas vítimas. Os autores concordam que o mal tratamento é uma violência contra a mulher, que perpassa o corpo físico, acometendo a saúde mental das puérperas (TEIXEIRA PC, et al, 2020;LANSKY S, et al, 2019). Os estudos apontam que as puérperas possuem um conhecimento limitado sobre o que se concebe como violência obstétrica, física e verbal, seja porque essa tenha sido naturalizada pelas formas contínuas do Brazilian Journal of Health Review, Curitiba, v. 6, n. 6, p.28574-28584, nov./dec., 2023 mesmo tratamento em casos congêneres.…”

“…Os estudos apontam que as puérperas possuem um conhecimento limitado sobre o que se concebe como violência obstétrica, física e verbal, seja porque essa tenha sido naturalizada pelas formas contínuas do Brazilian Journal of Health Review, Curitiba, v. 6, n. 6, p.28574-28584, nov./dec., 2023 mesmo tratamento em casos congêneres. Segundo o entendimento dos autores, diante do cenário em que o discurso do médico tem muito mais autoridade e, consequentemente, poder, em relação ao da mulher, no atendimento do parto, os anseios e opiniões das puérperas sequer são considerados e, suas vozes emudecidas (TEIXEIRA PC, et al, 2020;OLIVEIRA T, et al, 2016). Na maior parte das ocorrências, as puérperas não tiveram oportunidade de serem ouvidas e, quando se manifestam, seus anseios não são reconhecidos ou mesmo considerados no discurso dominante.…”

“…Brazilian Journal of Health Review, Curitiba, v. 6, n. 6, p.28574-28584, nov./dec., 2023 2.1 PERCEPÇÃO DOS ATOS DE VIOLÊNCIA OBSTÉTRICA Teixeira PC, et al (2020) entende como violência, atos como dificultar a amamentação na primeira hora, impedir contato imediato entre bebê e mãe, contato pele a pele, explicação irracional à mãe após o parto, proibição de companhia de livre escolha da mãe, cesárea desnecessária sem informar a mulher sobre seus riscos, é um exemplo da violência obstétrica que muitas mulheres vivenciam durante o parto (LANSKY S, et al, 2019). A fala das entrevistadas ressalta atos violentos, porém, com muito menos sutileza do que a compreende o estudo citado.…”

“…Os estudos verificados entendem que, o risco que a cirurgia sem uma correta indicação oferece é maior que o benefício. Esforços da OMS e do Ministério da Saúde estão voltados para o aumento à adesão ao parto vaginal por ser a melhor via de parto, tanto para a mãe quanto para o bebê (TEIXEIRA PC, et al, 2020). O parto cesáreo é recomendado em três ocasiões.…”

Atribuições do enfermeiro frente à prevenção da violência obstétrica

“…Acrescido a isso, Oliveira et al (2020) por ela e como a mesma pode ajudar durante o parto, evitar procedimentos invasivos, que causem dor ou sejam de risco em algumas situações, ouvir a paciente e prestar uma assistência segura e humilde, promovendo um parceiro acompanhante em todo o processo gestacional, pré-natal e parto, garantindo acesso ao leite, e orientar a cerca de todos os direitos relacionados a maternidade e o repouso durante o processo puerperal.…”