OBJETIVOS: Investigar a prevalência e os fatores associados a sobrecarga, transtornos mentais comuns e autopercepção da memória das cuidadoras familiares de idosos com demência. MÉTODOS: Estudo transversal e analítico, com amostra de conveniência de 58 cuidadoras familiares que participaram dos grupos de apoio à família da pessoa com demência. Instrumentos utilizados: questionário sociodemográfico, de hábitos de vida, morbidade referida, uso de medicamentos e de serviços de saúde, Escala Zarit Burden Interview, Self Report Questionnaire 20 (SRQ -20), Prospective and Retrospective Memory Questionnaire (PRMQ-10) e Escala Funcional de Pfeffer. RESULTADOS: Predominaram as seguintes características: 42 eram filhas (72,4%), adultas (63,8%), com idade inferior a 60 anos (63,8%) e grau de instrução superior completo (46,6%). Dentre os problemas de saúde autorreferidos, os mais prevalentes foram dores nas costas (63,8%), problemas articulares (60,3%), colesterol alto (51,7%) e hipertensão arterial (44,8%). Os medicamentos mais utilizados foram os anti-hipertensivos (38,9%) e antidepressivos (31,5%). Os dados evidenciaram que o grau de sobrecarga foi de leve a moderado (51,7%). No modelo final, observou-se associação da sobrecarga com ocupação (p=0,014), prática de esporte (p=0,010), ter religião (p=0,032) e tempo na função de cuidadora (p=0,046). Com relação aos transtornos mentais menores, as associações relevantes foram prática de esporte (p=0,028), dores nas costas (p=0,026) e tempo de cuidado diário (p=0,037). As queixas de memória foram associadas estatisticamente ao uso de antidepressivo (p=0,034). CONCLUSÕES: Apesar das informações e orientações sobre a atividade de cuidar nos grupos de apoio, as cuidadoras ainda apresentaram sobrecarga, reforçando a necessidade de um trabalho preventivo, de orientação e tratamento.