Este estudo analisou as condições de permanência e o perfil sociodemográfico-familiar de estudantes do curso noturno de Odontologia, em Universidade Pública do sul do Brasil. Utilizou dados de pesquisa observacional transversal, realizada pelo autopreenchimento de instrumento online. Todos os 175 estudantes matriculados no curso noturno, primeiro semestre de 2019, foram convidados a participar do estudo. As questões fechadas foram analisadas pela estatística descritiva e as abertas pela análise temática de conteúdo. Participaram da pesquisa 55 estudantes. Em sua maioria, eram mulheres, de 25 a 35 anos, brancas, solteiras, sem filhos, residentes na cidade em que se localiza a Instituição e cursaram ensino fundamental e médio em escola pública; 50,9% trabalham, mas dependem de apoio familiar para seu sustento e 63,6% possuem renda individual mensal de até 2 salários mínimos. As barreiras associadas à permanência do estudante no curso foram questões financeiras, aspectos organizacionais da Universidade/curso, a condição de ser estudante-trabalhador, conhecimento do corpo docente sobre o perfil dos estudantes do noturno, segurança em torno do campus e tempo de duração do curso. O auxílio financeiro para compra de materiais odontológicos foi reconhecido como estratégia facilitadora da permanência no curso. Estudantes recomendam como estratégias para fortalecer a permanência, a flexibilização de pré-requisitos e horários de chegada nas aulas, acompanhamento de disciplinas no turno diurno, disciplinas/atividades de educação a distância, maior oferta de atividades extracurriculares em dias/horários considerando o estudante-trabalhador e acompanhamento psicológico. O curso noturno tem possibilitado o acesso do estudante trabalhador na educação superior em Odontologia. Barreiras e facilitadores da permanência foram identificados e devem ser permanentemente analisados.