Objetivo: Analisar os itinerários terapêuticos agenciados por pessoas em uso prejudicial de álcool e outras drogas. Métodos: Estudo qualitativo, descritivo, exploratório, que entrevistou treze participantes adultos, em equipamentos da Rede de Atenção Psicossocial. A análise utilizou a técnica da análise de conteúdo temática de Bardin. Resultados: Na tessitura dos itinerários, amiúde os indivíduos enfrentam barreiras de acesso estruturais, geográficas, culturais, atitudinais; empreendem movimentos caóticos, aleatórios. Os serviços comunitários coexistem com o hospital psiquiátrico e as comunidades terapêuticas, preponderando o modelo asilar/manicomial. As altas taxas de recidiva se sobrepõem às lacunas na assistência. Conclusão: As vozes insurgentes dos usuários de álcool e outras drogas permitiram descortinar um cenário trespassado por processos rígidos, herméticos, descontínuos, de parcas articulações. É imperativo fortalecer a esperança-equilibrista, a luta antimanicomial em ato e a reverberação da itinerância, em vista da produção do cuidado em favor da potência política do movimento, da invenção, florescência e defesa da vida.