O objetivo deste estudo é verificar a relação entre o desempenho escolar do aluno e o ensino em tempo integral. Foram comparadas as notas finais anuais de discentes do ensino médio regular, que estudam das 7h às 12h, com as de alunos do ensino médio em tempo integral, cuja carga horária vai das 7h às 17h do Estado de Mato Grosso. Ao todo, a amostra compôs-se de 4855 observações, referentes ao período de 2015 a 2018. Utilizando-se o modelo de diferença em diferença (diff-in-diff) e o método propensity score matching, foi possível detectar a diferença quanto ao desempenho acadêmico entre os alunos que estudam em tempo integral (grupo de tratamento) e os atendidos em tempo regular (grupo de controle). Além disso, o trabalho se propôs a mensurar se a escola em tempo integral reduz a reprovação do aluno e aumenta os casos de progressão escolar, na qual o estudante, concomitante à sua série de estudos, cursa disciplinas em que foi reprovado no ano anterior. Os resultados apontaram que o tempo de permanência em tempo integral chega a aumentar o desempenho acadêmico em 0,269 ponto na média final anual do aluno, a qual é representada em escala 00,00-10,00. Demonstraram, ainda, que a carga horária ampliada reduz a probabilidade de o aluno estar em situação de progressão, sem, no entanto, haver evidência estatística significativa de que a reprovação diminua.