A mediastinite é uma complicação inflamatória e infecciosa grave do tecido conectivo do mediastino associada à osteomielite do esterno com ou sem instabilidade. Objetivou-se analisar os aspectos clínicos e epidemiológicos dos pacientes que desenvolveram mediastinite após cirurgia cardíaca. Estudo retrospectivo de abordagem quantitativa realizado entre 2008 e 2012. A amostra constituiu-se de 68 casos de mediastinite, na qual identificou-se uma prevalência de 3,6% de casos desse tipo de inflamação. O antibiótico utilizado em profilaxia nas cirurgias foi a cefalosporina-cefalotina e, na higiene corporal, a clorexidina degermante foi realizada nas 24 horas que precederam a cirurgia. Os resultados indicaram que a mediastinite foi mais frequente na população masculina, acima de 30 anos, antecedentes de hipertensão arterial e tabagismo, submetidos à revascularização do miocárdio, duas pontes cardíacas e tempo transoperatório de três a quatro horas. O principal exame para o diagnóstico de mediastinite foi à tomografia de tórax. O principal agente etiológico foi o Staphylococcus aureus e o antibiótico utilizado foi o glicopéptidico-vancomicina. O tempo de internação hospitalar variou de 16 a 45 dias. As complicações mais frequentes foram a insuficiência respiratória, pneumonia, sangramento e rebaixamento do nível de consciência. A mediastinite foi de baixa prevalência. Concluiu-se que existe necessidade de um acompanhamento criterioso dos pacientes, com antibioticoterapia, exames, reabordagem cirúrgica e utilização de coberturas adequadas para reepitalização do tecido. Destaca-se o papel da equipe multiprofissional na identificação precoce dos sinais e sintomas clínicos da mediastinite para a tomada de decisão terapêutica e de condutas assertivas durante o tratamento.
Palavras-chave: Mediastinite. Cirurgia cardíaca. Cardiologia.