Introdução: O envelhecimento populacional no Brasil impacta a prevalência de doenças crônicas entre os idosos. Mudanças biológicas associadas ao envelhecimento, destacam a importância da adequação do estado nutricional para idosos, que enfrentam maiores desafios de saúde, especialmente em relação ao excesso de peso. A promoção de hábitos saudáveis é fundamental para prevenir e controlar possíveis doenças crônicas não transmissíveis (DCNTs). Entretanto, lacunas persistem no entendimento da relação entre o estado nutricional dos idosos e fatores socioeconômicos e comportamentais. Objetivo: Descrever o estado nutricional de idosos segundo características demográficas, socioeconômicas e de estilo de vida. Materiais e métodos: O estudo adotou um design transversal e examinou idosos de 60 a 80 anos, recrutados do banco de dados da pesquisa "Insegurança alimentar e nutricional em idosos na estratégia de saúde da família, Várzea Grande, Mato Grosso". As variáveis investigadas incluíram características demográficas, socioeconômicas e de estilo de vida, como sexo, idade, estado civil, raça/cor, renda familiar, escolaridade, atividade física, tabagismo, consumo de álcool, número de refeições, companhia durante as refeições e uso de telas. O estado nutricional foi avaliado usando o Índice de Massa Corporal (IMC), dividido em categorias de Eutrofia (IMC entre 22 e 27 kg/m²) e excesso de peso (IMC > 27 kg/m²), conforme os critérios de Lipschitz. As análises incluíram frequências absolutas e relativas para variáveis categóricas, com o teste do qui-quadrado utilizado para investigar diferenças na prevalência do estado nutricional com base nas variáveis estudadas. Resultados: A maioria dos idosos avaliados apresentava excesso de peso (59,6%), com maior predominância entre os do sexo feminino (62,3%), de 70 a 74 anos (63,8%), brancos (60,9%), com companheiro (60,9%), que estudaram 9 a 11 anos (67,9%) e com renda de 1 a 2 salários mínimos (60,9%). A associação estatística com o estado nutricional foi observada apenas para a escolaridade (p=0,011), com um percentual maior de eutróficos entre aqueles que estudaram 12 anos ou mais (68,4%). Além disso, foi observado um maior percentual de excesso de peso entre os praticantes de atividade física (65,5%), que bebiam (60,0%), não fumavam (60,8%), faziam o menor número de refeições (75,9%), estavam em companhia (60,5%) e utilizavam telas (62,2%) durante as refeições. Conclusão: Observou-se alta prevalência de excesso de peso entre os idosos, sendo a escolaridade a única variável associada ao estado nutricional. Esses resultados enfatizam a importância da educação na promoção da saúde e na adoção de hábitos alimentares e de estilo de vida saudáveis na população idosa.