Perfil de mulheres com câncer de mama e possíveis fatores de risco para radiodermatites

Abstract

A teleterapia é amplamente utilizada no tratamento para câncer de mama, porém apresenta reações adversas de pele comumente chamadas de radiodermatites que variam em graus de severidade. Investigar o perfil de mulheres com câncer de mama submetidas à teleterapia e a relação entre possíveis fatores de riscos e o desenvolvimento de radiodermatite. Estudo observacional, analítico de caráter retrospectivo, que avaliou 130 prontuários de mulheres com câncer de mama, tratadas com teleterapia, entre abril de 2012 e março de 2013 em Alagoas. Os dados foram armazenados, analisados e apresentados por técnicas de estatística descritiva e inferencial, em forma de tabelas. Para associação entre grupos com variáveis dependentes e independentes foram utilizados o teste Qui-quadrado. O nível de significância para todos os testes foi de 5%. A população apresentou faixa etária predominante entre 50 a 59 anos, 40,8% possuía ensino fundamental, 40,8% eram solteiras e 90% tinham cor da pele não negra. Das doenças coexistentes pesquisadas o maior percentual foi para hipertensão com 39,2%. Desenvolveram radiodermatites 68,5% das mulheres, dessas 61,8% trataram com fótons, 38,2% trataram com fótons e elétrons. Este estudo mostra uma alta prevalência de radiodermatites destacando as variáveis fótons e elétrons, cor da pele negra, história de tabaco e álcool. Vários fatores podem influenciar no aparecimento de radiodermatites, portanto caracterizar a população na busca de possíveis fatores de risco e importante para melhor condução dessas alterações.

Mucosite oral por quimioterapia e qualidade de vida relacionada à saúde de mulheres com câncer de mama

“…Assim, os dados foram semelhantes a estudos populacionais locais, em outras regiões do país e do mundo acerca da idade ao diagnóstico, raça autodeclarada, situação conjugal, número de filhos, menarca tardia. Entretanto, divergem nas características anos de estudo, a renda familiar e a fonte dessa renda, o comportamento de saúde refletem estudos nacionais e internacionais (CARVALHO et al, 2019;LEE et al, 2018;ROCHA et al, 2018;SOARES et al, 2012). Cabral et al (2019), em estudo com 715 mulheres com câncer de mama, apresentaram perfil semelhante ao sergipano quanto às características sociodemográficas, ou seja, média de 57 anos, mulheres pardas, em união estável.…”

“…Apesar desse cenário, alguns fatores protetores também foram identificados, na amostra, emergiu a menarca tardia; que reduz o tempo de exposição das mamas à ação dos hormônios estrogênio e progesterona reduzindo o risco de incidência. (CARVALHO et al, 2019;LEE et al, 2018;ROCHA et al, 2018;SOARES et al, 2012). A média da menarca (13,21 anos ± 1,77) foi compatível com a média brasileira para mulheres nordestinas.…”

“…Os anos de estudo/escolaridade, a renda familiar/fonte de renda e comportamentos de saúde foram variáveis que mostraram discordância com estudos brasileiros (CARVALHO et al, 2019;LEE et al, 2012;ROCHA et al, 2018;SOARES et al, 2012). Tal fato pode ser explicado pela atual situação política e econômica do país.…”

“…Evidências corroboram o papel desses determinantes de saúde, principalmente, no câncer de mama (INUMARU et al, 2011). Neste estudo, a filiação religiosa, a atividade/inatividade física, estado nutricional, tabagismo e etilismo, assim como comorbidades mostram uma tendência na amostra que refletiram a população geral (ATLAS DO DESENVOLVIMENTO HUMANO NO BRASIL, 2019;ROCHA et al, 2018), mas, discordaram de estudo com mulheres com câncer de mama (CARVALHO et al, 2019;LEE et al, 2018;SOARES et al, 2012).…”

“…Ao mesmo tempo, esse resultado apresenta semelhança quanto com estudos de Chouchane, Boussen e Sastry (2013), Rocha et al (2018), Soares et al (2012) e Fan et al (2014); e divergência com Raffo et al (2017). Essas correspondências e discrepâncias devem ser analisadas em conjunto com as demais variáveis, especialmente, escolaridade e renda, em razão da relação que pode ser estabelecida com atraso no diagnóstico e piores prognósticos (CARVALHO et al, 2019;CHOUCHANE;BOUSSEN;SASTRY, 2013;LEE et al, 2018;SOARES et al, 2012).…”