A Leishmaniose Tegumentar Americana (LTA) está associada com as condições socioeconômicas nos países em desenvolvimento, como as desigualdades sociais e a pobreza. Essa vulnerabilidade pode aumentar a carga da doença e prolongar seu curso clínico, afetando cerca de 1 milhão de pessoas anualmente. Descrever o perfil clínico e epidemiológico de pacientes acometidos pela Leishmaniose Tegumentar Americana no Estado do Amapá entre 2018 e 2022. Trata-se de um estudo quantitativo e retrospectivo, realizado a partir de dados secundários registrados no Sistema de Informações de Agravos de Notificação (SINAN), do período de 2018 a 2022 no Estado do Amapá. Foram analisadas variáveis sociodemográficas e clínicas, além de indicadores operacionais e epidemiológicos. Foram notificados 2959 casos de LTA no Estado do Amapá entre 2018 e 2022, com incidência média de 63,6 casos para cada 100 mil habitantes. Predomínio do sexo masculino (78,6%), idade entre 21-59 anos (69,3%) e autodeclarado pardo (76,3%). A proporção de recidiva foi de 5,4%, a de cura foi de 70 % e a de abandono do tratamento de 18,9%. A LTA é um problema de saúde pública no Amapá, pois apresenta alta incidência na população. A distribuição espacial dos casos ocorre principalmente em municípios de fronteira e na capital do estado.