A Hanseníase é uma doença crônica e infectocontagiosa causada pela bactéria Mycobacterium leprae, que afeta tanto os sintomas dermatológicos e neurológicos, incluindo alterações na sensibilidade. No Brasil, foram notificados 29.936 casos de Hanseníase em 2019, com uma incidência de 1,36 novos casos por cada 10 mil habitantes, o que classifica o país como uma área de alta carga para a doença. O Ministério da Saúde considera o combate à Hanseníase uma prioridade, e seu monitoramento detalhado está incluído na Lista Nacional de Notificação Compulsória. O Paraná se destaca negativamente nesse contexto, com uma alta prevalência e um elevado número de casos, o que o coloca como o estado com os piores indicadores de Hanseníase na região Sul. Além disso, existem diferenças significativas nas taxas de incidência da Hanseníase dentro do próprio estado, com comportamentos únicos em cada macrorregião de saúde. Portanto, é fundamental realizar uma análise detalhada da incidência e epidemiologia da doença em cada município para identificar falhas na abordagem e situações de vulnerabilidade que impedem a erradicação completa da Hanseníase no país. Esta pesquisa tem como objetivo analisar os dados epidemiológicos e a incidência da Hanseníase notificada no município de Cascavel, no Paraná, durante a última década, comparando-os com os números do estado e do Brasil no mesmo período entre 2011 e 2020. Os resultados revelam uma tendência que aproximou os indicadores de Cascavel dos números estaduais e distanciou-os dos nacionais. Além disso, foi possível observar que a vigilância epidemiológica municipal para a Hanseníase tem sido eficaz.