Perfil Epidemiológico Da Sífilis Congênita No Semiárido Baiano (2007-2016)

Abstract

Objetivo: traçar o perfil epidemiológico dos casos de Sífilis Congênita no semiárido baiano no recorte temporal de 2007 a 2016. Métodos: tratou-se de uma pesquisa transversal, descritiva e quantitativa dos casos registrados no SINAN (Sistema de Informação de Agravo e Notificação). Resultados: o estudo foi composto por 1.932 casos, destacando nas mães a faixa etária entre 21 e 30 anos (50,98%), raça/cor parda (80,21%), zona de residência urbana (80,40%), escolaridade ensino fundamental incompleto (57,08%), sim para assistência ao pré-natal (88,50%), diagnóstico durante o pré-natal (53,98%) e tratamento inadequado (60,18%). Nas crianças destacaram o sexo feminino (52,26%), raça cor parda (81,93%), faixa etária entre 0 a 30 dias (96,63%) e sem presença de sinais e sintomas (89,91%). Conclusão: a Sífilis Congênita consiste em um grave problema de saúde pública na região analisada.

Incidência de sífilis congênita em crianças residentes na cidade de Guanambi - BA

“…O estudo de Neves et al (2021) apontam o Brasil ocupando o segundo lugar com índices de 472,2 casos de SC por 100.000 habitantes, em seguida está o Paraguai com 424,1 casos por 100.000 habitantes e Moçambique com 417,5 casos por 100.000 habitantes.…”

“…O que confirma através do estudo de Oliveira (2019), foi identificado um aumento no número de notificações no Brasil entre os anos de 2010 e 2016, observado aproximadamente 37.436 de SG e 20.474 casos de SC, sendo que 185 dos casos resultaram em óbito, além disso, alguns estados do Brasil são destacados pelos altos índices da taxa de SC, como o estado do Espírito Santo, Mato Grosso do Sul, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul e Pernambuco. Com relação ao estado da Bahia, esta ocupa a 6ª posição entre os estados da região, apresentando um índice de 6,7 casos de SC por 1.000 nascidos vivos (Neves et al, 2021) Além disso, o estudo de Soares & Aquino (2021) identificaram 15.050 casos de sífilis gestacional e 7.812 casos de sífilis congênita no estado da Bahia, durante o período de 2007 a 2017, evidenciando ainda uma elevação na taxa de incidência de sífilis gestacional, subindo de 1,3 para 15,1 casos/1 mil nascidos vivos, enquanto a taxa de incidência de sífilis congênita subiu de 0,5 para 6,7 casos/1 mil nascidos vivos.…”

“…Tais índices apontam o fato de que, mesmo existindo um progresso na redução da mortalidade causada pela SC, o Brasil ainda apresenta um longo caminho para alcançar a meta estabelecida pela OMS, requerendo a reorganização e fortalecimento dos serviços e programas públicos de saúde para que tal objetivo seja alcançado (Valença, 2016). Essa meta é constituída pela finalidade de eliminação da SC, sendo que os países, para possui tal selo de eliminação, deve possuir um valor de, no máximo, 50 casos para cada 100.000 nascidos vivos (Neves et al, 2021).…”

“…Já um estudo de metodologia transversal, descritiva e quantitativa, observou uma predominância entre 0 a 30 dias de vida com 96,63% dos casos, sendo explicado pelo fato de os recém-nascidos de mães com sífilis gestacional serem investigados para a confirmação ou não da infecção através do VDRL, exame utilizado para detecção da sífilis (Neves et al, 2021). Ademais, é possível afirmar que o diagnóstico precoce reflete positivamente no rastreamento precoce nos recém-natos, mesmo quando não é possível impedir a transmissão vertical devido à uma ineficiência da assistência pré-natal (Sousa et al, 2019).…”

“…Isto posto, torna-se relevante mencionar que o sexo não se constitui como um fator relevante quanto à epidemiologia da SC, pelo fato de a infecção não apresentar favoritismo por sexo, visto que ambos os sexos possuem a mesma probabilidade de ocorrência (Neves et al, 2021).…”