Perfil Epidemiológico Das Notificação De Violência Autoprovocada Entre 2017 a 2021 No Estado Do Pará

Abstract

INTRODUÇÃO:No brasil, para fins de notificação, a violência autoprovocada é denominada como lesão provocada e inclui autoagressões e tentativa de suicídio. Com isso, o comportamento autoagressivo é um fenômeno complexo e multifatorial que envolve aspectos biopsicossocial caracterizando-se como um grave problema de saúde pública no Brasil. Ademais, os transtornos mentais estão relacionados a comportamentos psicossomáticos que levam a ansiedade, depressão, dependência química, convívio e apoio social do indivíduo, histórico familiar de doenças mentais e o contexto de vida a qual o paciente está inserido. Sendo assim, os dados de notificação que mostram o perfil epidemiológico da violência autoprovocada são essenciais para o desenvolvimento de planejamento e ações que possam prevenir a automutilação e o suicídio. OBJETIVO: Descrever o perfil das notificações de violência autoprovocada no Estado do Pará no período de 2017 a 2021. MÉTODO: Trata-se de um estudo epidemiológico, de caráter descritivo e transversal, com abordagem quantitativa, realizado com dados provenientes do Sistema de Informação de Agravos e Notificação, a disposição do Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde (DATASUS). As variáveis observadas foram o número de casos, município de residência, faixa etária, sexo, raça, escolaridade, local de ocorrência, violência interpessoal por repetição, lesão física e violência psicomoral. O período observado foi de 2017 a 2021 especificamente no Estado do Pará. RESULTADOS/DISCUSSÃO: Foram observados 35.522 casos de violência autoinfligida no Pará, com registro anual de 4. 086, 4.930, 7.463, 10.103 e 5.940 casos, respectivamente, dos quais 74,52% foram do sexo feminino, majoritariamente da raça parda (67,96%), com escolaridade de ensino fundamental incompleta (35,17%). Verificou-se maior proporção de notificações em indivíduos adultos (42,17%). Belém foi o município com maior número de notificações (34,82%), seguido de Altamira (8,21%). A residência foi o local predominante de violência autoprovocada (46,44%). As análises mostraram que 45,94% dos casos acometeram autoagressão física ou tentado suicídio previamente, e 44,71% acometeram violência autodestrutiva psicomoral. Concomitante a isso, é válido ressaltar que os anos subsequentes de 2020 e 2021 obtiveram aumento e diminuição do número de casos, respectivamente, pela pandemia por Covid-19, fator contribuinte para ocasionar ociosidade nos indivíduos e aumento de número de casos não registrados ou subnotificados. CONCLUSÃO: Através das análises observadas, o perfil epidemiológico de violência autoprovocada aponta para pacientes do sexo feminino, cor parda, com baixa escolaridade e na faixa etária adulta. Com isso, aponta-se para a necessidade de aprofundamento na violência autoinfligida, com olhar nos fatores associados à ausência ou presença de ideação suicida e geradores de estímulos depressivos e ociosos. Dessa forma, salienta-se aprimoramento da estrutura da Rede de Saúde afim de subsidiar estratégias de promoção e prevenção do comportamento au...