A alta incidência de escorpionismo na saúde pública no Brasil e demais países em desenvolvimento, motivou sua inclusão na lista de Doenças Tropicais Negligenciadas da Organização Mundial de Saúde. Destarte, o objetivo do estudo foi investigar a dinâmica espaço-temporal dos acidentes por escorpiões notificados no estado de Alagoas no período de 2007 a 2021. Trata-se de um estudo ecológico misto, com dados disponíveis no portal aberto Informações de Saúde, a respeito dos casos de acidentes com escorpiões confirmados e notificados no Sistema de Informação de Agravos de Notificação e, as estimativas populacionais por município no estado. As análises estatísticas foram feitas no software R (versão 4.2.2), analisando-se a incidência dos casos; evolução temporal; distribuição espacial e o risco relativo. Identificou-se uma tendência de aumento médio anual de 1,6 casos por 10 mil habitantes na incidência de escorpionismo. O Índice de Moran Local apontou autocorrelação significativa entre os municípios com maior incidência assim como seus adjacentes, com Teotônio Vilela, Junqueiro e Campo Alegre apresentando altas taxas de incidência nos três pontos de corte da série temporal estudada (2007, 2014 e 2021). O cluster formado pelos municípios de Junqueiro, Teotônio Vilela, Arapiraca e Campo Alegre, apresentou o maior risco relativo de escorpionismo em quase todo o período estudado. Os resultados apontam uma tendência de crescimento anual no número de acidentes por escorpiões no estado de Alagoas, com isso, tornar-se-á importante que o estado e os municípios, desenvolvam políticas públicas de saúde que visem o controle de animais peçonhentos de importância médica.