Objetivo: Avaliar em caráter retrospectivo características epidemiológicas dos pacientes submetidos à traqueostomia. Métodos: Trata-se de um estudo transversal analítico com prontuários médicos de 247 pacientes que apresentaram a necessidade de traqueostomia de urgência ou eletiva entre os anos de 2016-2020. Avaliou-se enfermos traqueostomizados em uma Unidade de Terapia Intensiva Adulto e Pediátrica em um Hospital de Nível Terciário no interior do estado de São Paulo. Resultados: A maioria dos traqueostomizados eram do sexo masculino (60%), mais da metade (51,8%) tinha mais de 60 anos quando a intervenção cirúrgica foi executada. Fenômenos tromboembólicos foram a principal hipótese diagnóstica na admissão hospitalar (29,5%) e entre as comorbidades prévias dos pacientes, doenças relacionadas ao sistema cardiovascular foram as mais prevalentes (53,8%). O estudo também mostrou que 78,5% dos enfermos ficaram internados de 6 a 50 dias, dadas as condições prévias, apenas 31,2% tiveram alta hospitalar com melhora do quadro apresentado inicialmente. O índice de mortalidade foi maior no período entre 7 a 30 dia (67,4%). Conclusão: Temos como fatores de risco para a necessidade de realização de traqueostomia o sexo masculino, idade maior que 50 anos e eventos tromboembólicos. Dentre as principais comorbidades, as de etiologia cardiovascular estão em maior evidência.