As doenças cardiovasculares (DCV) representam a principal causa de morte em todo o mundo. Na população militar, a obesidade é o fator de risco cardiovascular mais prevalente, onde a obesidade central e o perfil lipídico alterado ganham destaque. Pilotos militares, em particular, apresentam risco elevado de doenças cardiovasculares devido ao seu trabalho sedentário e ao acúmulo de diferentes estressores psicológicos e físicos. O objetivo deste estudo foi investigar fatores de risco cardiovascular associados em pilotos militares brasileiros, com foco particular na relação entre adiposidade visceral, percentagem de gordura corporal e o perfil lipídico. Um estudo transversal foi conduzido com uma amostra de conveniência, formada por 40 pilotos militares, homens, com 29,33 ± 3,52 anos. Foram avaliados o perfil lipídico, a composição corporal (bioimpedância) e a adiposidade visceral (ressonância magnética). A análise dos dados foi desenvolvida no programa Stata versão 13.1. Entre os pilotos com adiposidade visceral adequada, níveis elevados de colesterol total (44,1%), LDL (35,3%) e percentual de gordura corporal (26,5%) também foram observados. A prevalência da obesidade visceral foi de 15% na amostra. Uma correlação positiva de alta magnitude foi observada entre adiposidade visceral e percentual de gordura, bem como entre adiposidade visceral e triglicerídeos. Por outro lado, uma correlação negativa de magnitude moderada foi observada entre adiposidade visceral e HDL. Pode-se concluir que pilotos militares brasileiros apresentam uma série de fatores de risco cardiovasculares preocupantes, mesmo entre aqueles com adiposidade visceral adequada. Isso destaca a necessidade de medidas corretivas e preventivas, considerando, principalmente, que ainda são pilotos adultos jovens.