Distúrbios motores e de praxia, embora não sejam critérios diagnósticos para Transtorno do Espectro Autista (TEA), estão presentes em grande parte das crianças autistas, podendo ocorrer alterações na coordenação motora grossa, praxia, tônus, equilíbrio, controle postural e planejamento motor. Muitas pesquisas têm sido desenvolvidas investigando habilidades cognitivas, sociais e emocionais de crianças com TEA, enquanto os aspectos motores receberam menor atenção científica. Assim, este estudo se propôs avaliar a função psicomotora de crianças com TEA, praticantes de equoterapia. Trata-se de um estudo transversal, com análise quantitativa. Participaram do estudo 9 cuidadores de crianças de 4 a 11 anos, diagnosticadas com Transtorno do Espectro Autista, praticantes de equoterapia há pelo menos 6 meses, os quais responderam ao questionário Childhood Autism Rating Scale - CARS. Com as 9 crianças filhas desses cuidadores foi aplicada a Escala de Desenvolvimento Motor, buscando investigar o desempenho motor no equilíbrio, esquema corporal, organização espacial, organização temporal/linguagem, motricidade fina e motricidade global. Não foi encontrada relação significativa entre o grau do autismo e o nível de atraso motor, porém há indicativos de uma influência maior nos componentes do esquema corporal e da organização temporal/linguagem. Todas as crianças avaliadas apresentaram algum grau de dispraxia. Encontrou-se maior relação entre o tempo de equoterapia e o desenvolvimento da motricidade fina e do equilíbrio. Todas as crianças avaliadas apresentaram desempenho abaixo do esperado para sua idade cronológica, reforçando a importância da prática psicomotora em seu tratamento, como a equoterapia.