Os catadores de materiais recicláveis, aqui chamados de Prestadores de Serviços Ambientais (PSA), são essenciais no ciclo do reaproveitamento e reciclagem dos resíduos sólidos urbanos, evitando o descarte inapropriado destes materiais que se torna fonte de renda para estes trabalhadores. Portanto, este estudo objetivou caracterizar as condições de vida e de saúde dos PSAs da reciclagem de resíduos sólidos urbanos em um município da Serra Catarinense. Trata-se de uma pesquisa exploratória-descritiva quantitativa realizada com 22 PSAs que trabalham em uma cooperativa. Foram coletadas informações sobre perfil sociodemográfico, condições de saúde, uso de equipamento de proteção individual (EPI), presença de resíduos perigosos na central de triagem, acidentes no manuseio e recolhimento de resíduos. O perfil desses trabalhadores foi composto principalmente por mulheres, com idade entre 19 a 55 anos, com baixa escolaridade e renda. Sobre a condição de saúde, a maioria relatou não ter problemas de saúde, tanto relacionado ao estilo de vida quanto ao processo de trabalho. Constatou-se que os PSAs estão expostos aos resíduos perigosos que podem interferir em suas condições de saúde, tais como resíduos de serviços de saúde, agrícolas, de construção civil, entre outros. Conclui-se que as condições de vida e saúde dos PSAs são autopercebidas por eles como boas, estes apresentam poucos sinais e sintomas de adoecimento, embora não busquem atendimento médico para avaliação rotineira de saúde. Além disso, relatam prazer em realizar as atividades vinculadas ao trabalho na reciclagem de resíduos, apesar da convivência diária em um ambiente insalubre. Vale ressaltar que o objeto desta pesquisa é socialmente relevante, ambientalmente necessário, academicamente comprometido e politicamente indispensável. Sem ciência e conhecimento das condições de vida, de saúde e de trabalho, não se evidencia, nem se amplia a visibilidade dos catadores, esses importantes prestadores de serviços ambientais.