Este artigo é resultado da dissertação de Mestrado intitulada “Dimensões do autocuidado na experiência de mulheres artistas da Baixada Santista”, e tem como objetivo refletir sobre as dimensões de autocuidado estabelecidas na conexão que cada participante cria e narra com a arte, singulares em suas experiências de vida e subjetividades. Fundamentado em vertentes teóricas do feminismo descolonial, que discutem arte e colonialidade, cuidado e capitalismo, as autoras, como artistas e pesquisadoras da saúde, partem da problemática de que a arte ainda atua a serviço de discursos e códigos estéticos impregnados das hierarquias de poder que perpetuam desigualdades em sua produção, distribuição e acesso. Portanto, ancorado à urgência da descolonização do conhecimento, o estudo reitera a potência do fazer artístico na vida das mulheres, quando por meio dele, torna-se possível celebrar a pluralidade, abrir espaço de narrativas, de cuidado, autocuidado, e da própria reinvenção da vida.