A radioterapia desempenha um importante papel no tratamento da maioria das pessoas com câncer de cabeça e pescoço e, consequentemente, alterações no tecido saudável do entorno são inevitáveis, tendo sido considerada uma contraindicação para a reabilitação de pacientes com implantes dentários. No entanto, ao longo dos anos, a instalação de implantes em pacientes irradiados tem se estabelecido como uma opção de tratamento valiosa, usada com relativo sucesso. O objetivo desta revisão de literatura foi avaliar o efeito da radioterapia na sobrevida de implantes dentários osseointegrados em pacientes com câncer de cabeça e pescoço e avaliar variáveis associadas. A metodologia envolveu uma busca eletrônica na base de dados embase, sem restrição de idioma, para identificar estudos relevantes publicados nos últimos 5 anos. Foram identificados 333 artigos, incluindo 4 estudos retrospectivos que avaliaram 1.048 implantes em 228 participantes. Nenhuma diferença significativa foi observada na taxa de sobrevivência entre implantes instalados em osso irradiado e não irradiado, apoiado por três estudos. Implantes instalados na maxila e em osso enxertado apresentaram menores taxas de sobrevivência. Conclui-se que a sobrevivência do implante não foi influenciada pela radioterapia na maioria dos estudos, e que a maxila e osso enxertado influenciaram a sobrevida do implante. Novos estudos clínicos prospectivos são necessários.