Diferença entre volume de fluidos cristaloides intravenosos prescritos e infundidos em pacientes no pós-operatório precoce 7Rev. Col. Bras. Cir. 2010; 37(1): 006-009 período, o protocolo do serviço recomendava a hidratação venosa no peri-operatório entre 30 e 50 mL/Kg/dia em pacientes com prescrição de jejum oral. Foram excluídos pacientes que receberam nutrição parenteral, sangue e hemoderivados nesse período.De maneira retrospectiva, registrou-se todo o volume infundido no período intra-operatório e em todos os dias de pós-operatório até o quarto dia. Contabilizou-se todo o volume utilizado para diluir medicações, volume das próprias medicações e diversos tipos de soros cristalóides realizados (solução salina à 0,9%, Ringer, Ringer lactato e soro glicosado à 5 e 10%). O volume de diluentes utilizado de rotina pelo serviço de enfermagem para os medicamentos mais utilizados pode ser visto na tabela 3. Denominouse de carga hídrica total (CHT) a soma do total desse volume. Pela prescrição médica somou-se o total de fluidos prescritos em forma de solução salina prescrito pelo médi-co, carga hídrica prescrita (CHP).A comparação entre CHT e CHP foi realizada em todos os dias de pós-operatório pelo teste t pareado. Estabeleceu-se em 5% o nível de significância estatística.
RESULTADOS RESULTADOS RESULTADOS RESULTADOS RESULTADOSA CHT infundida do 1º até o 4°dia de pós-operatório foi em média 12,8 [6,4-17,5] litros. Desse total, 9,5 litros (74,3%) corresponderam a fluidos cristalinos prescritos (CHP) e 3,3 litros (25,7%) a diluentes e medicações venosas. Isso significa que aproximadamente 1/4 da CHT recebida foi composta por diluentes e medicações intravenosas.O volume prescrito (CHP) e o realmente infundido (CHT), individualizados do 1°ao 4° PO, são mostrados na figura 1 e 2 na forma de mL/Kg/dia e mL/dia, respectivamente. Em todos os dias de pós-operatório a CHT foi significativamente maior que a CHP (p<0.01). Até o 3º dia de PO os pacientes receberam uma CHT superior a 50 mL/ kg/dia. Aguilar-Nascimento Aguilar-Nascimento Aguilar-Nascimento Aguilar-Nascimento Aguilar-Nascimento Diferença entre volume de fluidos cristaloides intravenosos prescritos e infundidos em pacientes no pós-operatório precoce DISCUSSÃO DISCUSSÃO DISCUSSÃO DISCUSSÃO DISCUSSÃO O volume hídrico ideal para a reposição líquida no pós-operatório e a escolha do tipo de solução permanece sob debate. Há poucos trabalhos sobre o assunto e o debate entre reposição restrita ou liberal é atual 7 . As reposições liberais, tradicionalmente utilizadas, são atualmente vistas com reserva. Vários autores têm demonstrado a incidência maior de deiscência de suturas, fístulas e prolongamento do tempo de internação no pós-operatório em que os pacientes tiveram uma carga hídrica mais generosa 4,6 . Sabe-se que as soluções cristalóides, por exemplo, migram com certa celeridade para o espaço extracelular, ocasionando edema, diminuindo a tensão de oxigênio tecidual, com previsíveis conseqüências negativas no que se refere ao processo cicatricial. O retardo no esvaziamento...